Habitacional na Comunidade do Pilar, no Bairro do Recife, é batizado de Papa Francisco
Os 128 apartamentos serão entregues pela prefeitura até o fim de junho. Investimento é de R$36 milhões
Vai se chamar Papa Francisco a primeira etapa do Habitacional do Pilar, na comunidade localizada em uma Zona Especial de Interesse Social (Zeis) no Bairro do Recife. O batismo aconteceu na tarde desta sexta-feira, durante visita do prefeito da cidade, João Campos (PSB), e do arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Paulo Jackson da Nóbrega.
Os 128 apartamentos serão entregues até o fim de junho e o investimento, com recursos próprios, está na ordem dos R$ 36 milhões da Prefeitura do Recife.
"O habitacional é tudo o que o papa Francisco representou durante sua liderança, para além das fronteiras da Igreja Católica. Ele é um exemplo de caridade, de humanidade, de compaixão", atestou o prefeito João Campo, acrescentando o simbolismo especial da localidade.
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A Comunidade do Pilar está localizada no coração do Recife. "Teto, trabalho e terra eram os três T do discurso feito pelo papa Francisco na Bolívia, para que cada família tenha dignidade de viver em sua casa", registrou o arcebispo dom Paulo Jackson. A capela que existe na localidade é dedicada a Nossa Senhora do Pilar, uma tradição ibérica, comum na Espanha e em Portugal.
"Acho também fundamental a abertura de uma rua que permite a conexão de dois mundos. Além disso, é fundamental porque traz as pessoas para morarem no Centro", reforçou o religioso.

Quatro blocos, com 32 unidades cada, foram erguidos em uma área de seis mil metros quadrados. O projeto prevê quatro diferentes tipos de apartamentos, que variam de 39,42 metros quadrados a 41,75 metros quadrados, com dois quartos, sala de estar, cozinha, área de serviço e banheiro social.
Para o secretário de Habitação do Recife, Felipe Cury, a homenagem ao pontífice foi acertada, especialmente pela luta dos moradores da comunidade, no Bairro do Recife.
"Uma obra há anos esperada pela população do Pilar, um complexo de equipamentos que irão trazer habitabilidade, moradia digna e de qualidade. Uma homenagem belíssima a um ser humano iluminado e comprometido com os mais pobres! A escolha do habitacional foi perfeito!", observou Felipe Cury.
Algumas famílias aguardam ansiosas a entrega da nova moradia. "Meu neto tem 10 anos e há dez anos minha filha espera um cantinho pra viver. Hoje eles moram em Olinda e pagam R$ 600 de aluguel", declara Suelidone da Silva, que vive no Pilar há 22 anos, muito antes de a comunidade ganhar infraestrutura básica.
"Minha filha recebe um auxílio de R$ 300, mas eu não vejo a hora de todos morarem aqui pertinho. Porque tem creche boa, tem uma escola boa. Essa obra demora demais", apontou.
A reclamação procede. É que durante as obras na Comunidade do Pilar, foram identificados achados arqueológicos, resultado de pesquisas iniciadas em 2015 pela Fundação Seridó, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e posteriormente conduzidas pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), por meio da Fundação Apolônio Salles de Desenvolvimento.
Até o momento, foram catalogados cerca de 40 mil fragmentos, além de vestígios do Forte de São Jorge, localizado sob a Igreja do Pilar, e estruturas do século XVI, como antigas moradias e armazéns. Também foram encontrados indícios de um cemitério na área.
Políticas habitacionais
A política habitacional desenvolvida pela Prefeitura do Recife desde 2021 já viabilizou a construção de 5.055 unidades habitacionais, entre obras concluídas, em andamento, em licitação, aprovadas junto ao governo federal e garantidas na PPP Morar no Centro.
Seis conjuntos habitacionais, totalizando 1.608 moradias, já foram entregues. Estão em andamento as obras do habitacional Vila Esperança e na comunidade do Pilar. E o Conjunto Habitacional São José já está em fase de licitação pelo ProMorar.
Outras 16 mil famílias tiveram seus imóveis garantidos através de obras como contenções definitivas de encostas realizadas desde 2021, beneficiando um total 120 mil pessoas.