Pernambuco

Justiça marca audiência de kombeiro do Caso Serrambi acusado de receptação qualificada

Marcelo Lira foi pego dirigindo um automóvel com restrição de roubo com placas diferentes do registrado

Marcelo Lira foi absolvido no Caso SerrambiMarcelo Lira foi absolvido no Caso Serrambi - Foto: Wagner Ramos/Arquivo/Folha de Pernambuco

A Justiça de Pernambuco marcou para o dia 3 de março, às 13h30, o julgamento do kombeiro Marcelo José de Lira, absolvido no Caso Serrambi - como ficou conhecido o episódio das mortes das adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão, em maio de 2003. Dessa vez, ele é acusado de receptação qualificada, crime tipificado no artigo 180 do Código Penal. A audiência una foi marcada em dezembro passado pela juíza Idiara Buenos Aires Cavalcanti, da Vara Criminal de Ipojuca.

Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), em 20 de janeiro de 2015 Marcelo foi pego dirigindo um automóvel com restrição de roubo com placas diferentes do registrado para o veículo, na PE-60, em Ipojuca, Região Metropolitana do Recife.

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A prisão foi convertida em liberdade provisória, após pagamento de fiança no valor de R$ 2.626. Marcelo também passou a precisar comparecer perante a autoridade judiciária todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento.

Audiência una
Consiste em realizar todos os atos do julgamento em uma única sessão, desde a fase da conciliação até a sentença, passando pela contestação, impugnação e produção de provas, quando necessário. A parte autora já sai com sentença, mas cabe recurso.

Caso Serrambi
O impasse sobre quem matou as adolescentes começou em 2003, quando elas desapareceram em Serrambi, praia do Litoral Sul de Pernambuco. Na época, as meninas tinham 16 anos e passavam o feriado do Dia do Trabalhador na praia, quando, dez dias depois, foram encontrados seus corpos no canavial de Camela, ainda em Ipojuca, já em estado de decomposição.

O caso logo ganhou repercussão nacional, enquanto várias versões foram investigadas, até que se chegou ao nome dos kombeiros que trabalhavam no transporte de passageiros naquela região. Os suspeitos, os irmãos Marcelo e Valfrido Lira, chegaram a ser presos, enquanto aguardavam o dia do julgamento popular. O Caso Serrambi se prolongou por anos, sendo investigado não só pela Polícia Civil, mas também pela Polícia Federal.

Indícios como objetos encontrados no local do crime e no veículo em que os irmãos trabalhavam, além de contradições em alguns dos seus depoimentos, foram usados pela acusação para apontá-los como responsáveis pelo crime. Os kombeiros, durante todo o processo, negaram a acusação e pediram o apoio da população.

Em dezembro de 2018 as apurações do crime chegaram ao fim sem punidos. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) absolveu os kombeiros em decisão monocrática e colegiada. Com a decisão mantendo a absolvição, o caso está encerrado e os irmãos Lira livres de qualquer acusação.

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