Manifestantes se reúnem em Boa Viagem para pedir o veto da Lei de Abuso de Autoridade
Ato foi encabeçado pelo Movimento Vem Pra Rua Recife. Camisas da Seleção Brasileira e de apoio à Sérgio Moro e Jair Bolsonaro foram predominantes no ato
Com foco principal no veto, por parte do presidente Bolsonaro, da Lei de Abuso de Autoridade, manifestantes realizaram um ato, neste domingo (25), na avenida Boa Viagem, encabeçado pelo Movimento Vem Pra Rua Recife.
A pauta foi voltada também à instalação de uma CPI da Lava Toga, visando a investigação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive pedindo o impeachment do presidente Dias Toffoli.
Os manifestantes pediram ainda a indicação do coordenador da Lava Jato, Deltan Dellagnol, ao cargo de Procurador Geral da República, que ficará vago após a saída de Raquel Dodge, em setembro, além da manutenção da prisão do ex-presidente Lula.
Para Maria Dulce, líder do Movimento Vem Pra Rua Recife, é essencial que o presidente vete todo texto da Lei de Abuso, apontada por ela como um caminho para impunidade e manutenção da corrupção. “Os bandidos ditarão as ordem e os juízes, procuradores e delegados serão os réus. Isso não pode acontecer, vai contra toda a nossa legislação. Estamos pedindo que Bolsonaro vete a lei integralmente, essa lei vai fazer com que o país se transforme no império da Impunidade”, afirmou.
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O STF foi o alvo principal do protesto, inclusive com um carro onde os manifestantes usavam máscaras com os rostos dos ministros enquanto seguravam um caixão da Lava Jato. “Queremos tirar o STF, deixar Bolsonaro, Moro e Guedes governar como tem que ser”, apontou Isabel Fernandes, técnica em química, que crê na queda do STF como algo essencial para “colocar tudo no eixo de novo”.
Camisas da Seleção Brasileira e de apoio à Sérgio Moro e Jair Bolsonaro foram predominantes no ato, assim como bandeiras do Brasil. Foco de outros atos, o ex-presidente Lula foi alvo de uma encenação na qual dois manifestantes vestiam roupas de presidiários representando o líder petista e o candidato à Presidência Fernando Haddad.
Palavras de ordem se difundiam com diversos teores, passando pela exaltação à prisão de Lula e celebração ao Dia do Soldado, que ocorre na data de hoje. Nas faixas, os manifestantes apoiavam Moro e Dellagnol e pediam, entre outras coisas, o fechamento do Congresso e do STF.
Para a aposentada Fátima Cortês, Jair Bolsonaro tem sido alvo de críticas injustas. “Muita coisa errada foi feita durante muito tempo e agora num governo de apenas oito meses estão colocando a culpa no presidente Bolsonaro, de tudo que é de errado, que se fez e se acumulou no espaço de 14 anos. Acho uma injustiça e eu acredito no governo”.
A concentração da manifestação teve início às 14h e seguiu até por volta das 17h, com a execução do hino nacional. De acordo com o Movimento Vem Pra Rua, cerca de dez mil pessoas participaram do ato.