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Placar da degola foi além do esperado

Eduardo Cunha e Roberto Jefferson foram dois dos mais brilhantes políticos que passaram pela Câmara nos últimos 20 anos

A Jovem RainhaA Jovem Rainha - Foto: Divulgação

Nem o mais radical opositor de Eduardo Cunha imaginou que a Câmara Federal cassaria o mandato dele por aquele placar acachapante: 450 votos a favor, 10 contra e 9 abstenções. Que ele perderia o mandato e os direitos políticos por oito anos, por quebra do decoro parlamentar, não se tinha dúvida. Mas que seria expulso do parlamento por aquela diferença monumental foi uma surpresa para todo mundo. Quem mais se aproximou do resultado foi Sílvio Costa, que antes do início da votação chegou a prever que o ex-presidente da Câmara teria apenas 50 votos em seu favor. Cunha e Roberto Jefferson, ambos do Rio de Janeiro, foram dois dos mais brilhantes políticos que passaram por aquela Casa nos últimos 20 anos. Cunha comandou o impeachment de Dilma Rousseff e Jefferson a cassação de José Dirceu quando delatou o mensalão. Ambos foram vítimas de suas próprias espertezas e acabaram expulsos da Câmara pelos próprios pares.

A culpa é dos outros Eduardo Cunha arranjou vários “culpados” pela cassação do seu mandato: a TV Globo, os grandes jornais, o governo Temer e o PT. Esqueceu de culpar o seu próprio partido (PMDB), que tem 66 representantes na Câmara Federal mas apenas 01 votou a favor dele: Carlos Marun (MS). Para quem, em 2015, “controlava” os votos de cerca de 300 parlamentares, a cassação foi um baque e tanto.

Recurso > O prefeito João Mendonça (PSD) teve indeferido pela Justiça Eleitoral o pedido de registro de sua candidatura à reeleição em Belo Jardim. O prazo para interpor recurso terminará no próximo domingo. Ele está convicto de que seu “direito é bom” e que reverterá o jogo na segunda instância.

É bom > Gonzaga Patriota está gostando de ser dissidente no PSB. Foi a Garanhuns no final de semana para dar apoio a uma candidata a vereador ligada ao prefeito Izaías Régis (PTB), “calo” do PSB na região.

Ausência > Grandes estrelas nacionais do marketing político, entre elas Antonio Lavareda (PE), não estão trabalhando nessas eleições. Alguns conseguiram “bico”, mas apenas para dar consultoria.

A volta > O ex-deputado Carlos Batata (DEM) está disputando novamente a prefeitura de Capoeiras, sua terra, e endureceu a disputa contra a prefeita e candidata à reeleição Lucineide Almeida (PSB).

Valentia > Amigos do ex-vereador Múcio Magalhães, que moram em Arcoverde, estranharam a calma dele no dia da agressão ao ex-prefeito João Paulo num shopping da cidade. “Múcio nunca foi frouxo e não abre parada para ninguém. E se não deu um murro no agressor foi para poupar o candidato”, disse um deles.

Fraqueza > A fragilidade do PT nessas eleições está explícita em SP, RJ e BH. Na 1ª, o prefeito Fernando Haddad é o 4º colocado no Datafolha com apenas 9% das intenções de voto. Na 2ª, o PT não tem candidato próprio e apoia a deputada Jandira Feghali (PCdoB). E na 3ª o candidato Reginaldo Lopes tem apenas 4%.

Palavra > O ex-deputado Carlos Lapa ainda é do tempo em que se fazia política honrando a palavra. Fez um acordo com Manoel Botafogo (PDT), seu ex-adversário político, envolvendo Carpina e Tracunhaém: apoiá-lo para prefeito na 1ª, em troca do apoio dele na 2ª, para sua filha Regina (DEM), que enfrenta o prefeito Belarmino Vasquez (PSB). Para tanto, ficou contra o próprio irmão, Joaquim (PTB), que é candidato em Carpina.

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