Sáb, 06 de Dezembro

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SAÚDE

PMMA: entenda o que é a substância usada por influenciadores suspeitos de deformarem pacientes

Segundo a Anvisa, ele não é indicado para aumento de volume estético e para grandes áreas do corpo por se tratar de um composto plástico e permanente

Paulo César Dias e Karine Gouveia Paulo César Dias e Karine Gouveia  - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Um casal de influenciadores, Paulo César Dias e Karine Gouveia, foram presos de forma preventiva após a denúncia de que usariam polimetilmetacrilato, também conhecido como PMMA, e óleo de silicone em uma clínica legal. Segundo a Polícia Civil, os produtos causaram deformação física nos pacientes de Paulo e Karine.

O que é o PMMA?
O PMMA é uma substância plástica, que, portanto, não é reabsorvível pelo organismo, que pode ser utilizada como um preenchedor em forma de gel. Ela é autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser usada com apenas duas finalidades: correção volumétrica de pequenas deformidades e em casos de lipodistrofia – uma perda de gordura que pode ocorrer em pessoas que vivem com HIV.

Logo, ele não é indicado para aumento de volume estético e para grandes áreas do corpo por se tratar de um composto plástico e permanente. De forma mais profunda na pele, ele pode desencadear complicações graves, como infecções e a rejeição do corpo. Além disso, por não ser reabsorvível pelo organismo, o PMMA se adere a estruturas como músculos e ossos, o que torna a sua remoção quase impossível.

 

Meses atrás a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) emitiu um comunicado destacando a importância de um cuidado no uso do PMMA, já que os resultados podem ser “imprevisíveis e indesejáveis, incluindo reações incuráveis e persistentes”.

Também foi apontado que o uso da substância pode causar reações imediatas ou em curto prazo, como: edemas locais, processos inflamatórios, reações alérgicas e formação de granuloma; e tardias, muitos anos após a realização da injeção.

Em janeiro deste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM) pediu à Anvisa que o polimetilmetacrilato (PMMA) fosse banido no Brasil como substância preenchedora.

"Na avaliação da Autarquia, o produto, que vem causando lesões e até morte de pacientes em procedimentos invasivos, deve ser proibido", afirma a nota do CFM.

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