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BRASIL

Polícia investiga ato de racismo contra artista indígena em restaurante no Rio de Janeiro

A vítima é o artista indígena Time'i Assurini, de 31 anos, membro do povo Awaete Assurini do Xingu, no município de Altamira, no Pará

Time'i Assurini, de 31 anos, membro do povo Awaete Assurini do Xingu Time'i Assurini, de 31 anos, membro do povo Awaete Assurini do Xingu  - Foto: Reprodução

A Polícia Civil investiga um caso de racismo que teria ocorrido dentro do restaurante Frontera, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, no dia 26 de junho. A vítima é o artista indígena Time'i Assurini, de 31 anos, membro do povo Awaete Assurini do Xingu, no município de Altamira, no Pará. De acordo com ele, um churrasqueiro teria o chamado de forma pejorativa. 

"Parece um índio de madeira, índio do Pica-Pau. Índio chique, né? Achei que só tinha índio no mato, o índio do Pica-Pau agora está se alimentando bem, comendo e bebendo na Barra", teria comentado o funcionário, como o artista ao portal g1. 

 

Time'i estava na companhia de sua esposa, a produtora cultural Carla Romano, que chamou a atenção do funcionário, alertando que sua postura era um ato de racismo. 

— Foi muito desrespeitoso. Só faltou ele fazer 'Huuuu' pra mim. Minha esposa está aborrecida, passou mal e eu também estou triste. Quando ela questionou o funcionário do restaurante sobre a fala ofensiva, ele respondeu com grosseria perguntando: 'O que ela tinha a ver com isso'. Carla respondeu a ele que 'racismo é crime e que ele deveria ter outra postura, principalmente no lugar de trabalho', contou Time'i, ao g1. 

O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). 

O Frontera disse que apura o caso. 

Leia o posicionamento do restaurante: 

"O Restaurante Frontera reforça que repudia qualquer forma de racismo, discriminação ou preconceito. Nosso compromisso com o respeito à diversidade, à dignidade humana e à igualdade é absoluto e inegociável.

Assim que tomamos conhecimento do ocorrido, iniciamos uma apuração interna rigorosa para esclarecer os fatos. O colaborador envolvido foi imediatamente afastado de suas funções. Caso seja comprovada a conduta discriminatória, ele será devidamente responsabilizado, conforme prevê a legislação e nosso código de conduta.

Nos solidarizamos com a comunidade indígena, cuja cultura, história e presença são parte essencial da identidade do nosso país. Reafirmamos nosso compromisso de sermos um espaço seguro, inclusivo e respeitoso para todas as pessoas".

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