Policial militar suspeito de estuprar mulher no Batalhão de Polícia Rodoviária é preso
Ele se apresentou à Delegacia de Polícia Judiciária Militar, no Quartel do Derby, onde teve o mandado de prisão preventiva cumprido
F oi preso o policial militar suspeito de estuprar uma mulher de 48 anos no Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), no município do Cabo de Santo Agostinho. A ordem de prisão foi representada pela Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), responsável pelas investigações, e expedida pela Justiça Militar.
Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS-PE), o policial se apresentou voluntariamente, nesta quarta-feira (15), acompanhado de advogado, na sede da DPJM, no Quartel do Derby, onde foram realizadas as formalidades legais e será encaminhado ao Centro de Reeducação da Polícia Militar, em Abreu e Lima, onde permanecerá recolhido à disposição da Justiça. As investigações seguem até a conclusão do inquérito.
Segundo a governadora em exercício de Pernambuco, Priscila Krause, a vítima vem recebendo suporte.
“O Governo de Pernambuco trabalha para que nenhuma mulher tenha medo de denunciar agressões e buscar justiça. A Secretaria da Mulher acolheu a vítima e segue acompanhando o caso com toda a atenção e suporte necessários”, disse.
A prisão do agente ocorre cinco dias após o cometimento do crime, na última sexta-feira. A mulher acusa o policial de tê-la forçado a praticar sexo oral após passar por blitz na PE-60, onde fica o Batalhão, por volta das 22h30, no sentido Gaibu.
Ela estava em um carro com uma amiga e duas crianças, quando foi ordenada a parar, apresentar documentos e depois conduzida pelo suspeito para dentro do batalhão, onde foi praticado o crime.
Leia também
• Estupro em blitz da PM: inquérito confirma que mulher esteve no posto policial com militar acusado
• PM faltou ao reconhecimento, diz suposta vítima de estupro; SDS afasta agente e pede desculpas
SDS
Durante entrevista coletiva na terça-feira, o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, pediu desculpas à vítima, em nome da pasta e da corporação. O gestor chegou a dizer que o caso pode ser considerado uma "exceção" e que posturas como estas dentro da instituição são "inaceitáveis".
“É absolutamente inadmissível que uma violência dessa natureza seja praticada por um agente do Estado, dentro de uma repartição pública. Por isso, agimos com agilidade e rigor para esclarecer o caso e garantir a responsabilização do autor”, disse.
De acordo com a SDS, todos os policiais que estavam de serviço no posto, incluindo o suspeito, foram imediatamente afastados das atividades operacionais, de forma preventiva, passando a exercer funções administrativas.
Como o crime ocorreu dentro de uma unidade militar e envolve um servidor militar, a investigação foi conduzida pela Delegacia de Polícia Judiciária Militar, tendo uma oficial superior feminina à frente do inquérito, informou a SDS.
A unidade também acolheu a vítima e conduziu todas as oitivas necessárias. O Inquérito Policial Militar (IPM) será encaminhado à Justiça e à Corregedoria Geral da SDS, que instaurará um Conselho de Disciplina para avaliar a conduta do policial.
“A punição pode chegar à exclusão dos quadros da Polícia Militar de Pernambuco”, afirmou o comandante-geral da PMPE, coronel Ivanildo Torres.

