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População cobra solução para Estrada do Passarinho, em Olinda

Buracos em trecho de 300 metros da Estrada do Passarinho geram transtornos para quem passa pelo local. Moradores exigem medida definitiva

O deslocamento é ruim até para ônibusO deslocamento é ruim até para ônibus - Foto: Arthur Mota/ Folha de Pernambuco

Dos 3,1 quilômetros da Estrada do Passarinho, em Olinda, um trecho de 300 metros gera dor de cabeça na maior parte do ano para quem passa pelo local. Os buracos na pista são tantos e tão grandes que praticamente não dá mais para ver que ali já houve asfalto. O problema piorou nesses últimos dias, quando chuvas fortes atingiram a Região Metropolitana do Recife. Os moradores do entorno dizem que a prefeitura até já prometeu recuperar o pavimento, mas pleiteiam por uma solução definitiva, e não por paliativos, para não terem que passar o próximo inverno com a lama na porta de casa.

O trecho em situação precária surge quando a estrada passa ao lado da Reserva de Floresta Urbana do Passarinho. A água provém da mata e parece se acumular nas extremidades da pista. O esgoto que escoa por uma vala também se mistura à terra molhada, ao barro e às pedras colocadas na tentativa de amenizar a profundidade das crateras. Não tem jeito: os condutores têm que reduzir muito a velocidade para não provocarem danos aos veículos. Por ligar a BR-101 a Olinda e à Zona Norte do Recife, a rota é utilizada por veículos pesados, como caminhões, mas também é importante para pequenos deslocamentos na região feitos por pessoas em motos e bicicletas. Para essas, o risco é ainda maior por conta do terreno acidentado sob os buracos. Crianças da localidade passam o dia ganhando centavos em troca de orientar condutores pouco familiarizados à estrada sobre por onde é seguro passar.

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O cobrador Herveton de Souza, 33 anos, mora há cinco anos numa casa em frente ao trecho com pavimento destruído. Ele diz que pouco se lembra das vezes em que o asfalto esteve em boas condições. "Sempre botam uns cascalhos, mas, quando chove, cai tudo dentro do rego e fica tudo assim de novo. Quando chove, a água vira uma coisa só, um mar", relata, acrescentando que, pelo fato de os motoristas terem que passar em baixa velocidade no local, o risco de assaltos é grande. "Até mesmo a gente que mora, quando chega em casa, está em risco. Já achei documentos aí no meio da lama, acho que de gente assaltada. Além dos buracos, aqui tem pouca iluminação. Quando não estou, mando meus meninos e a mulher se trancarem em casa", completa.

A Estrada do Passarinho é rota de uma linha de ônibus, a 852-Caixa D'Água/TI Xambá. Em 2015, a dificuldade para fazer o itinerário revoltou tanto que motoristas e cobradores suspenderam a operação da linha como forma de protesto. Quase três anos depois, o problema se repete. "Faço dez viagens por dia, estou nessa linha faz seis anos, e esse trecho sempre teve problema. Já teve colega nosso que ficou com problema de coluna por passar aqui nessa buraqueira", conta o motorista de ônibus Nehemias Luiz da Silva, 42. "Sempre que dá, a gente evitar passar por aqui. Uma pena, porque é uma estrada importante para cortar caminho", disse Rilton Manuel, 28, enquanto dirigia um caminhão a serviço da empresa onde trabalha.

Em nota, a Secretaria Executiva de Manutenção Urbana de Olinda confirmou que um serviço de recapeamento asfáltico está em fase de projeto e orçamento para execução, mas deu um prazo elástico - ainda este semestre - como previsão para que o serviço seja concluído. A Secretaria Executiva de Serviços Públicos acionará uma equipe para inspecionar o local e adotar providências quanto à falta de iluminação. Já a Polícia Militar esclareceu que o 1º Batalhão faz rondas com a Patrulha do Bairro e guarnição tática na Estrada do Passarinho, além de contar com o apoio do Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati). Ainda de acordo com a corporação, o comandante do batalhão foi informado das queixas e reforçará as abordagens na região.

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