Sáb, 06 de Dezembro

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Papa

Por que o Papa Francisco escolheu ser chamado por esse nome?

Escolha do nome papal serve como um sinal de como o Pontífice quer liderar a Igreja

Papa Francisco acena para multidão durante audiência geral semanal, em março de 2024, na Praça de São Pedro, no VaticanoPapa Francisco acena para multidão durante audiência geral semanal, em março de 2024, na Praça de São Pedro, no Vaticano - Foto: Filippo Monteforte / AFP

Ao ser eleito o líder da Igreja Católica em 2013, o então cardeal Jorge Mario Bergoglio passou a ser conhecido por Papa Francisco, tornando-se o primeiro Pontífice da história a adotar tal nome.

A escolha foi inspirada em São Francisco de Assis, um santo católico conhecido por sua humildade, compromisso com os pobres e amor pela natureza, sinalizando a forma como Bergoglio pretendia liderar a Igreja nos anos seguintes.

Segundo Francisco, a escolha se deu por influência de uma fala de seu amigo e colega cardeal, o conclave, o brasileiro Claudio Hummes, durante o conclave.

Quando ficou claro que Bergoglio recebera os 77 votos necessários para ser escolhido, Hummes o abraçou e disse: "Não se esqueça dos pobres".

— Aquela palavra, os pobres, alojou-se em mim aqui — disse Francisco em uma entrevista em 2013, apontando para a cabeça. — Foi então que pensei em São Francisco [de Assis]. E então pensei em guerras e em paz e foi assim que o nome veio a mim, um homem de paz, um homem pobre.

São Francisco de Assis foi um santo católico italiano, fundador da Ordem dos Frades Menores (franciscanos).

Nascido em uma família rica, renunciou a seus bens para viver na pobreza, dedicando-se à caridade e à pregação em toda a sua vida. É considerado o padroeiro dos animais, dos pobres e do meio ambiente.

Tradição de séculos
A tradição de escolher ser chamado por um novo nome remonta ao século VI, com o Papa João II, que adotou a alcunha para evitar manter seu nome de nascimento, Mercúrio, que fazia referência a um deus da mitologia romana, ou seja, pagão.

Desde então, a maioria dos Pontífices optou por nomes que refletiam, de alguma maneira, a sua espiritualidade, valores e a missão que desejavam desempenhar à frente da Igreja Católica.

Alguns escolheram nomes de Papas anteriores, enquanto outros, como Francisco, buscaram inspiração em santos ou figuras históricas.

O último a não mudar de nome foi Papa Marcelo II, eleito em 1555. E antes de Francisco, o último a escolher um nome inédito foi o Papa João Paulo I, eleito em 1978, embora o tenha feito com uma combinação de nomes antes utilizados.

Quanto aos nomes mais comuns, são eles: João (23), Gregório (16), Bento (16), Clemente (14), Leão (13) e Pio (12), segundo o Anuário Pontifício, documento oficial do Vaticano.

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