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Presidente eleito do Uruguai, Orsi faz visita a Lula e presta apoio após crise com França

Representante da esquerda, o uruguaio fez sua primeira viagem ao exterior após eleito e disse que a reunião ocorreu entre amigos

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (D), conversa com o presidente eleito do Uruguai, Yamandu OrsiO presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (D), conversa com o presidente eleito do Uruguai, Yamandu Orsi - Foto: Sergio Lima / AFP

O presidente eleito do Uruguai, Yamandú Orsi, fez nesta sexta-feira, dia 29, sua primeira viagem ao Brasil e se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. Orsi manifestou apoio ao governo Lula no embate com a França após anúncios de boicote à carne produzida no Mercosul, que abriu uma crise entre os países.

"Felicitamos e saudamos o presidente pelas declarações e definições que foram apresentadas com respeito à necessidade de articulação com a Europa e, claro, toda a nossa solidariedade com o governo do Brasil por tudo o que ocorreu ao longo deste tempo", disse Orsi, em breve pronunciamento a jornalistas, no Palácio do Planalto.

O Uruguai tem a pecuária como uma atividade chave na economia e também é um exportador de proteína animal. A crise diplomática ocorre em meio a discussões finais para um acordo de livre comércio do bloco com a União Europeia.

Representante da esquerda, o uruguaio fez sua primeira viagem ao exterior após eleito e disse que a reunião ocorreu entre amigos, dadas as relações de afinidade entre o PT e a Frente Ampla, partido de Orsi e de 'Pepe' Mujica, o ex-presidente uruguaio que foi o principal cabo eleitoral do presidente eleito.

A comitiva foi formada nomes já indicados para compor a equipe do futuro governo: Gabriel Odonne, como ministro de Economia e Finanças, Alejandro Sánchez, como secretário da Presidência, Camilo Cejas e Álvaro Padron, ambos assessores especiais.

O presidente eleito afirmou ainda que trouxe a Lula saudações do ex-presidente Pepe Mujica e do atual, Luis Lacalle Pou. Eles devem se encontrar na semana que vem, quando o petista planeja participar da Cúpula do Mercosul, em Montevidéu, nos dias 5 e 6 de janeiro. A presidência do bloco é exercida pelo Uruguai, que passará o comando à Argentina de Javier Milei.

O encontro ocorre sob expectativas e incertezas a respeito da conclusão das negociações de um acordo de associação entre o Mercosul e a União Europeia. Ele afirmou que o mundo está muito agitado. E indicou ainda que o bloco sul-americano não deve perder oportunidades.

No governo de Lacalle Pou, de centro-direita, o Uruguai tem exposto uma visão crítica do Mercosul, a respeito de barreiras internas ao comércio, e também pressionado para que o bloco avance numa negociação comercial com a China - mesmo que cada país possa tocar as conversas individualmente com os chineses. Isso contraria os princípios do bloco e sofre oposição do governo Lula.

"Somos otimistas sobre a possibilidade de continuar estreitando laços com outras regiões e, fundamentalmente, com a Europa. Também, é claro, fez parte da conversa a análise do Mercosul como proposta e as dificuldades que historicamente tivemos, mas sempre nos posicionando, seguindo uma linha de trabalho que o Uruguai vem concretizando, ser protagonistas neste Mercosul e não perder a oportunidade em um mundo que é tão imprevisível e tão mutável.

O mundo de hoje exige que estejamos muito atentos, e as relações entre os países da região têm que ser mais fortes do que nunca, além, é claro, dos governos ou dos partidos que chegam ao poder", afirmou Orsi.

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