Internacional

Presidente mexicano quer que EUA acelere apoio para atacar causas da migração na América Central

"Parece-me inexplicável que, no Capitólio, se atrase tanto a aprovação dos US$ 4 bilhões que eles ofereceram", disse Andrés Manuel Lópex Obrador

Presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador durante uma coletiva de imprensa no Palácio Nacional na Cidade do México, em 10 de janeiro de 2022Presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador durante uma coletiva de imprensa no Palácio Nacional na Cidade do México, em 10 de janeiro de 2022 - Foto: Mexican Presidency / AFP

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador (AMLO), pediu rapidez no apoio financeiro de Washington a programas de combate à pobreza e à violência, fenômenos multidimensionais que levam milhares de centro-americanos a migrarem, irregularmente, para os Estados Unidos em busca de trabalho.

Depois de se reunir com o presidente guatemalteco, Alejandro Giammattei, López Obrador disse que o México pode replicar seus programas sociais para gerar oportunidades no norte da América Central, ressaltando, contudo, que é necessário o financiamento de Washington.

"Para aplicar programas como os que estamos realizando no México nessas nações irmãs, é fundamental que os Estados Unidos forneçam os recursos necessários", frisou.

AMLO acrescentou que levantou a questão "em várias ocasiões", tanto com o presidente Joe Biden e sua vice-presidente, Kamala Harris, quanto com outras autoridades americanas.

"Parece-me inexplicável que, no Capitólio, se atrase tanto a aprovação dos US$ 4 bilhões que eles ofereceram para investir na geração de bem-estar nos países da América Central", sustentou.

"Mais de US$ 30 bilhões já foram aprovados para apoiar a guerra na Ucrânia, enquanto passamos quatro anos desde que o presidente Donald Trump propôs US$ 4 bilhões em apoio (para a América Central)", lamentou.

Na quinta-feira, López Obrador iniciou uma turnê de quatro dias, durante a qual também visitará Honduras, El Salvador, Belize e Cuba.

Milhares de migrantes centro-americanos, cubanos e haitianos - que vão para a América do Norte em busca de trabalho fugindo da violência e da pobreza que afligem seus países - tentam entrar nos Estados Unidos pelo México. Muitos morrem no caminho.

"Não podemos enfrentar o fenômeno migratório apenas com postos de fronteira, ou com leis mais severas, ou com muros e policiais, mas com bem-estar, segurança e paz nos pontos de partida dos viajantes, nos locais de origem dos migrantes", declarou o presidente.

"A raiz comum dos principais problemas que nos afligem é a mesma: pobreza, desigualdade, prostração do campo, desintegração social, marginalização", lamentou.

"Por isso, vamos continuar a insistir respeitosamente na necessidade da colaboração dos Estados Unidos", alegou.

Enquanto isso, o líder guatemalteco considerou que o interesse de seu país é "uma migração segura, uma migração circular" com os Estados Unidos e o Canadá, que permita "às pessoas irem, trabalharem e retornarem".

Segundo Giammattei, 93% de seus compatriotas que emigram fazem isso "por motivos econômicos", e 7%, "por motivos de segurança", situação causada, principalmente, pelo narcotráfico e pelas gangues. A pobreza afeta 59% dos quase 17 milhões de guatemaltecos.

Guatemala e México compartilham cerca de 1.000 km de fronteira, a maior parte sem controle, ou vigilância, das forças de segurança.

Na quarta-feira (4), AMLO anunciou que seu país reforçará a fronteira com a Guatemala diante de uma possível chegada em massa de migrantes que tentam cruzar para os Estados Unidos. 

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