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Príncipe herdeiro saudita pede cessar-fogo imediato em Gaza e Líbano

O herdeiro ao trono acusou Israel de cometer um "genocídio" na Faixa de Gaza

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan (E), reunido com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin SalmanO presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan (E), reunido com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman - Foto: Gabinete De Imprensa Da Presidência Turca / AFP

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, instou a comunidade internacional, nesta segunda-feira (11), a agir para cessar as ofensivas militares de Israel no Líbano e em Gaza, durante uma cúpula árabe-islâmica em Riade centrada na escalada bélica no Oriente Médio.

A Arábia Saudita recebe os líderes da Liga Árabe, organização composta por 22 países, e da Organização de Cooperação Islâmica, grupo que reúne mais de 50 Estados muçulmanos, que, segundo especialistas, buscam uma posição conjunta suscetível a influenciar na política dos Estados Unidos na região, antes do início de um segundo mandato presidencial de Donald Trump.

"Instamos à comunidade internacional que assuma suas responsabilidades (...) colocando fim imediato aos ataques israelenses contra nossos irmãos na Palestina e no Líbano", declarou o príncipe saudita.

O herdeiro ao trono acusou Israel de cometer um "genocídio" na Faixa de Gaza, assolada pela ofensiva israelense que já deixou mais de 43.600 mortos, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas no território palestino, considerados confiáveis pelas Nações Unidas.

Israel trava uma guerra em Gaza contra o movimento palestino islamista Hamas desde que o ataque dos comandos deste grupo em 7 de outubro de 2023 no sul do país matou 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP com base em dados oficiais israelenses.

No dia seguinte, o grupo pró-iraniano libanês Hezbollah abriu uma frente contra Israel, em apoio ao seu aliado palestino. Os confrontos na fronteira entre os dois países levaram a uma guerra aberta desde 23 de setembro.

A Arábia Saudita condiciona a normalização de suas relações com Israel à criação de um Estado palestino. Esta solução de dois Estados, um israelense e outro palestino, é defendida por grande parte da comunidade internacional.

Posição pouco "realista" 
O governo de Benjamin Netanyahu se opõe a esta medida e, em julho, o Parlamento israelense votou uma resolução contra a criação de um Estado palestino, que teria autoridade sobre a Cisjordânia — território ocupado por Israel desde 1967 — e Gaza.

"Um Estado palestino (...) será um Estado do Hamas. Não acredito que seja uma posição realista hoje e temos que ser realistas", afirmou o ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Saar, em Jerusalém.

"Em uma palavra? Não", respondeu Saar em coletiva de imprensa ao ser questionado sobre a possibilidade de normalizar as relações entre Israel e Arábia Saudita em troca da criação de um Estado palestino.

Mohamed bin Salman também disse que Israel deveria "se abster de atacar" o Irã, depois que o Exército israelense bombardeou instalações iranianas em resposta a lançamentos de mísseis da República Islâmica contra seu território.

Ele classificou o Irã como uma "república irmã", em um sinal de que as relações entre os dois países se fortaleceram depois que colocaram fim aos sete anos de crise diplomática em 2023.

O Irã, um dos principais inimigos de Israel, apoia o Hezbollah, o Hamas e os rebeldes huthis do Iêmen. Riade, por outro lado, trava uma guerra contra os huthis e considera o Hezbollah uma "organização terrorista".

Hezbollah "preparado" para uma guerra longa 
Os huthis reivindicaram um ataque a uma base militar em Israel, cujo Exército confirmou ter interceptado um míssil do Iêmen.

Grupos iraquianos pró-Irã também reivindicaram ataques de drones contra Israel, que interceptou a aeronave.

No Líbano, a Força Aérea israelense bombardeou cidades no sul e destruiu uma mesquita em Nabatieh, de acordo com a agência de notícias estatal libanesa NNA.

Um dirigente do Hezbollah, Mohamad Afif, disse que seu movimento estava "preparado para uma guerra de longo prazo". Também afirmou que o Exército israelense não ocupa nenhuma cidade no sul do Líbano, onde lançou uma ofensiva terrestre em 30 de setembro.

O ministro das Relações Exteriores do Irã relatou "alguns avanços" em relação a um cessar-fogo no Líbano, mas disse que isso só seria possível se "o Hezbollah não [puder] se rearmar" e fosse repelido a uma distância considerável da fronteira entre Israel e Líbano.

Na Faixa de Gaza, a Defesa Civil relatou a morte de cinco palestinos em bombardeios israelenses contra uma tenda para pessoas deslocadas em Nuseirat, no centro, e uma casa em Jabaliya, no norte do território.

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