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Problemas do CVA na mira do MPPE

Órgão exigiu o cumprimento de uma série de exigências, como a higienização dos canis e gatis

Atualmente, os gatos para adoção ficam confinados em gaiolas. Gerência do espaço diz que os esforços para melhorar a estrutura estão sendo feitoAtualmente, os gatos para adoção ficam confinados em gaiolas. Gerência do espaço diz que os esforços para melhorar a estrutura estão sendo feito - Foto: Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco

 

O cenário precário no qual se encontra o Centro de Vigilância Ambiental (CVA), no bairro de Peixinhos, em Olinda, está na mira do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O órgão recomendou, por meio da 13ª Promotoria de Defesa do Meio Ambiente, o cumprimento imediato de uma série de exigências. Entre elas, a construção de uma rede de drenagem que atenda aos padrões de higienização dos canis e gatis, a reforma com a colocação de telas nos gatis (hoje os gatos para adoção ficam confinados em gaiolas), a construção de novas baias, uma vez que o MPPE julga insuficiente e inadequado o alojamento existente.

A Secretaria de Saúde do Recife, responsável por gerir o CVA, tem até o dia 13 de junho para acatar a exigência a partir do recebimento do ofício. Caso contrário, o Ministério Público ingressará com ações civil e penal a fim de obrigá-la a cumprir a recomendação.
Na avaliação do promotor de meio Ambiente da Capital, Ricardo Coelho, responsável por expedir a recomendação, o problema do CVA se reflete no mesmo imbróglio em que se encontra a Lei de Tração Animal. “Da mesma forma (que a lei), a situação de vulnerabilidade do CVA põe em risco o bem-estar de muitos animais que estão alojados lá. E esse cenário se arrasta porque a própria gestão municipal não mostra vontade política em melhorar. Infelizmente, as coisas só andam quando o Ministério Público interfere, enquanto o certo seria a própria prefeitura fazer o que é sua competência”, critica.

A Folha de Pernambuco esteve no local e encontrou um ambiente aparentemente insalubre. O odor é forte e as estruturas são, de fato, precárias, confirmando as críticas do MPPE. O canil, por exemplo, é entregue às moscas. Literalmente. A presença desses insetos denuncia o quão é deficiente a higienização do espaço, as tigelas de água e ração não passam por limpeza adequada e o odor de urina é bastante forte.

A estrutura, toda em azulejo, precisa de reparos. O sistema de drenagem também é precário. A luz solar também não entra nas salas em que ficam os cães - cujo número chega a 20. Logo ao fim do canil, o cenário piora. O ar de abandono e a sujeira têm maior proporção.

Na área de adoção, os gatos, confinados em gaiolas, são separados apenas por uma parede de outros cães. O desconforto dos felinos é notável, ainda mais com os latidos que parecem não cessar. Talvez, um pedido de socorro que há muito não é atendido.
A lista de falhas a serem reparadas é imensa.

E o próprio gerente de vigilância ambiental e controle de zoonoses, Jurandir Almeida, reconhece. Mas, chama atenção para os esforços que vêm sendo feitos a fim de melhorar a estrutura do centro, independentemente das recomendações do MPPE. Junto a uma equipe de engenheiros e arquitetos, ele apresentou a planta do projeto que dará uma cara nova ao lugar.

As intervenções incluem a ampliação do canil e gatil, além de uma melhor acomodação das baias para os equinos (ver arte). Embora não saiba estimar o orçamento da reforma, ainda não há recursos para tal. “Mas, deverá sair do papel ainda este ano.

Reconhecemos que o centro deve promover o cuidado e bem-estar animal, mas também enfrentamos muitas dificuldades administrativas para tentar fazer o melhor por esses animais”, pondera.

 

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