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Projeto-piloto para conter alagamentos

Equipamento vai drenar as águas do bairro de Santo Amaro para o rio Capibaribe e bloquear maré no sistema de drenagem

EmmaEmma - Foto: Reprodução

 

Pelo menos três vezes por ano, em momentos de pico de maré, parte do bairro de Santo Amaro, na área Central do Re­­­­­­­­cife, é alagada pelas águas do rio Capibaribe, independentemente de estar chovendo ou não. Além da rua da Aurora, o alagamento atinge ruas do en­­­­torno, como a Capitão Li­­ma, da Fundição e Dr. Silva Fer­­­­reira. A Empresa de Manu­­­tenção e Limpeza Urbana (Em­­­lurb) acredita que encontrou uma solução para o problema e está dando início a um projeto-piloto que, se bem-suce­­­dido, será estendido para outras áreas da Cidade.

Orçado em R$ 147.406,67, o projeto da prefeitura tem como objetivo realizar serviços de drenagem e bloqueio de refluxo de maré na rede oriunda da rua Capitão Lima que deságua no Capibaribe. No Cais da Aurora, entre a qua­­­dra poliesportiva e o parquinho infantil, já podem ser vistos tapumes da Emlurb. Lá será montado o equipamen­­­to de drenagem e retenção.

O aparelho vai drenar as águas do bairro para o rio e bloquear a entrada da água da maré no sistema de drenagem. Conforme a Emlurb, uma válvula e duas bombas serão instaladas dentro da rede de drenagem já existente ao longo da Capitão Lima e que é direcionada até o rio. O sistema funcionará com base na pressão externa. Quando a maré atingir um nível mínimo de 2,20 metros, a força fará com que a válvula se feche automaticamente, impedindo a inundação. Enquanto a válvu­­­la estiver fechada, a drenagem será feita com o acionamento automático das bombas. 

Ainda de acordo com a Emlurb, a válvula, de origem ame­­­ricana, é isenta de fonte de alimentação externa - o que torna mais fácil a manutenção; é fabricada com componentes sintéticos, como bor­­­racha, o que reduz o risco de quebra; e sua flexibilidade permite que eventuais resíduos presos sejam comprimidos sem causar danos.

“É uma inovação no processo de drenagem”, diz a diretora de Manutenção Urbana da Emlurb, Fernandha Batista. Ainda segundo ela, os itens de escoramento e ferragem que integrarão a obra estão sendo pré-montados na construtora responsável. As escavações terão início na próxima semana, no local onde se encontram os tapumes. “Dando certo, a prefeitura pretende expandir o processo”, adianta a diretora, citando outros pontos da Cidade que sofrem com o mesmo problema, co­­­mo a Ilha do Leite (perto do Hospital Esperança) e Jardim Uchoa, no bairro de Tejipió.

Apesar de bem-intencionada, a iniciativa da Emlurb está sendo recebida com suspeita pela população. Morador e pe­­­­queno negociante da rua Capitão Lima, Juliano Monteiro Barbalho, 53, há 35 anos no local, já antevê com­­­plicações. “A lama está acima do ca­­­no. 

Vai piorar. Quando a bomba der defeito, para onde a água vai?”, indaga. “Já subiram a pista, colocaram manilha, quebraram a rua. Não adiantou nada. A solução é tirar a lama do rio”, sentencia.

Mais esperançoso, o empre­­­sário Rafael Chamie, proprietário do restaurante Capitão Lima há 11 anos, aprova a medida, desde que se torne uma solução definitiva. “Toda vez que a maré sobe, tenho que chamar a Compesa e o limpa-fossa. Este ano, chegou à beira do batente”, lembra. “O esgoto não deveria ir para o rio. Deveria ir para uma estação de tratamento. Só deveria ir para o rio a água pluvial.”

 

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