Protesto de índios congestiona trânsito na BR-101
Segundo a PRF, a orientação é que os motoristas busquem rotas alternativas, através de ruas próximas, até chegar na Avenida Caxangá ou Abdias de Carvalho
Um protesto organizado por diversos grupos indígenas causou um longo congestionamento na BR-101, na altura do Hospital das Clínicas e próximo ao Campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no bairro da Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife. No terminal de ônibus do Barro, os coletivos em direção a Macaxeira/Várzea não estão circulando. O trânsito foi liberado na rodovia por volta das 10h30.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o protesto aconteceu no quilômetro 67 da via e começou por volta das 7h15. A orientação da PRF é que os motoristas busquem rotas alternativas, através de ruas próximas, até chegar na Avenida Caxangá ou Abdias de Carvalho.
Para liberar a via, os manifestantes aceitaram falar com um representante do Ministério Público Federal (MPF) por telefone. De acordo com o agente da PRF Paulo Arcoverde, os indígenas vão subir o viaduto da área antes da liberação.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Saúde Indígenas, Carmen Pankararu, os protestos ocorrem em todo o País desde o começo da semana. "No dia 18, o ministro da Saúde publicou uma portaria que tirava a autonomia da Secretaria de Saúde Indígena [Sesai] dentro do ministério. Mas também temos outras reivindicações pautadas, como a PEC 241 e o fortalecimento das nossas estruturas de saúde", informou. "Também queremos lembrar o governo sobre a retomada das discussões sobre a demarcação das terras indígenas."
O grupo que reúne 600 indígenas e não indígenas de todos os povos de Pernambuco também pede a renovação de convênios de 12108 trabalhadores ligados a saúde indígena no Brasil. Eles esperam o contato de um representante do Ministério Público Federal ou da Procuradoria Geral da República que estabeleça um canal de diálogo com o governo.
Atualmente a saúde indígena é atendida pelo Ministério da Saúde por meio da Sesai, que controla 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs).
Pressionado por protestos organizados por índios, o ministério revogou a portaria que havia sido baixada apenas no dia 18 de outubro e que retirava a autonomia da Sesai e dos DSEIs, submetendo todas as decisões ao Ministério da Saúde.
Com a portaria, gestores dos DSEIs ficavam impedidos de emitir notas de crédito, realizar despesas, conceder diárias e requisitar passagens e transportes de pacientes.