Público chega animado para acompanhar a posse de Bolsonaro
Pessoas aproveitam para tirar fotos diante de dois bonecos infláveis de Bolsonaro no gramado na antena de TV
Apesar de a Esplanada dos Ministérios ter sido aberta ao público às 9h, o fluxo de pessoas para a posse do presidente Jair Bolsonaro aumentou pouco antes das 13h desta terça-feira (1º). As filas na primeira barreira de revista, às 14h40, chegavam à rodoviária urbana de Brasília, cerca de 500 metros do local. A Polícia Militar do Distrito Federal reforçou a equipe de revista, com mais 20 policiais.
O clima geral era de festa e otimismo, com gritos de "o capitão chegou", mas muitos expressavam preocupação com a segurança do presidente eleito. O eletricista Wasllisson Jesus do Sacramento, 24, disse esperar grande mudanças no país na área da segurança. Mas sobre a própria festa de posse o clima pra ele é de apreensão. "Estou com muito medo. A gente lutou muito pra ter um cara diferente, pra ter melhoria, e dá medo de acontecer alguma tragédia. A gente lembra dos estados. Pedi muito a Deus que não aconteça nada", diz ele, que nasceu na Bahia, mas mora em Águas Lindas (GO) há quatro anos.
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"Vou ficar até o final só pra ter certeza de que não vai acontecer nada", completa ele, lembrando que Bolsonaro foi esfaqueado durante a campanha e que até nos Estados Unidos já houve atentando contra um político eleito.
A espera na fila não tirou a animação da fluminense Joana D’Arc Trol da Silva. Liderando um grupo de 12 amigos de Niterói, Joana D’Arc cantava e pulava sem parar, agitando os que estavam a sua volta. “O mito chegou, e o Brasil acordou”, cantava Joana D’Arc, vestida nas cores da Bandeira do Brasil.
Para ela, a posse de Bolsonaro será o acontecimento do século. “Apostei todas as minhas fichas no Bolsonaro, porque quero mudança. Mudança não é o PT, o MDB ou o PDT”, disse Joana D’Arc. “Eu sei que o primeiro ano dele será difícil, mas a palavra é mudança”.
Caravanas
Há caravanas organizadas e identificadas com camisetas de vários estados, como Espírito Santo, Ceará, São Paulo, Minas Gerais, Alagoas. No público há idosos, casais e famílias inteiras. O aposentado Irineu Assis, 64, veio a Brasília sozinho de Fernandópolis (SP). Deixou a mulher, pegou dois aviões e passou a virada de ano na cidade. "Vim só pra ver o Bolsonaro. Tomara que não tenha nada dessas coisas de terrorismo".
Há policiais espalhados por vários locais da Esplanada. O bloqueio para acesso à Praça dos Três Poderes foi montado diante da Catedral. Ao contrário do que foi anunciado, mochilas têm sido liberadas, mas policiais fazem a revista. O tempo nublado que dominou a manhã em Brasília já foi substituído por um sol forte, que promete testar a resistência dos militantes.
Quando a Polícia Militar ampliou a área de revista, as pessoas que aguardam nas filas correram e gritaram em coro “mito, mito, mito”. Entre camisetas e chapéus nas cores da Bandeira do Brasil, faixas presidenciais estilizadas e bonecos infláveis de Bolsonaro se destacavam.
Um grupo de 30 motociclistas de Campinas se diferenciou pela cor. Eleitores de Bolsonaro, vestiam camisetas laranjas, cor do Partido Novo. O grupo também chamava a atenção pela euforia. “Viemos trazer boas energias”, Ana Paula Ataíde.
Segundo Ana Paula, a posse de Bolsonaro é um marco na história brasileira. “Agora todos temos de colaborar. Não basta só o governo fazer, cada brasileiro tem de fazer a sua parte”, afirmou.