Putin ordena 'trégua de Páscoa' na guerra contra a Ucrânia
Presidente russo determina pausa nas ações militares até segunda-feira (21)
O presidente russo, Vladimir Putin, declarou um cessar-fogo temporária na guerra contra a Ucrânia. O chefe do Kremlin determinou que as ações militares sejam interrompidas a partir das 18h deste sábado (no horário local, 12h em Brasília) até a meia-noite de segunda-feira.
"Hoje, das 18h à meia-noite de domingo, o lado russo anuncia uma trégua de Páscoa", disse Putin em comentários televisionados, enquanto conversava com o chefe de gabinete russo, Valery Gerasimov.
Putin ponderou que as tropas do país devem estar preparadas "para repelir possíveis violações da trégua e provocações do inimigo". O presidente russo destacou, ainda, que a reação de Kiev ao cessar-fogo vai mostrar "o quão sincera" é a Ucrânia em sua "capacidade e desejo de participar das negociações de paz".
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Nesta sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que Washington seguiria em frente "muito em breve" se não houvesse um avanço nas negociações de um acordo de paz para o conflito, que se arrasta desde fevereiro de 2022.
A declaração de Trump, em entrevista coletiva na Casa Branca, foi ao encontro da fala anterior do secretário de Estado. Após uma série de reuniões com autoridades europeias e ucranianas em Paris, Marco Rubio afirmou a repórteres que os EUA abandonariam os esforços não julgassem possível alcançar avanços significativos em direção a um acordo nos dias seguintes.
Não ficou imediatamente claro se a declaração de Rubio se referia a uma saída dos EUA dos esforços para alcançar um cessar-fogo de 30 dias entre a Rússia e a Ucrânia, que tem sido o foco imediato de Trump, ou se o país abandonaria completamente os compromissos com Kiev.
O conteúdo das falas de Rubio e Trump, de todo modo, aumentou a pressão sobre a Moscou e Kiev para pôr fim à guerra — especialmente sobre o lado ucraniano, que tem resistido à invasão russa às custas de um grande apoio americano —, e pareceu ter como objetivo criar um senso de urgência nos esforços europeus para pressionar o presidente Volodymyr Zelensky a buscar um acordo.
Até então, apesar das sinalizações positivas a propostas de Trump por parte de Moscou e Kiev, os embates no front nunca pararam de fato.
Enquanto EUA e Ucrânia assinaram um memorando de entendimento na quinta-feira, primeiro passo para a conclusão de um acordo sobre a exploração dos recursos naturais e minerais, o Kremlin disse nesta sexta que a ordem anunciada por Putin em 18 de março, para suspender por 30 dias os ataques a instalações de energia na Ucrânia, já havia "expirado".