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Recife cumpre Lei Antimanicomial
Na última quinta, os últimos dez pacientes de longa permanência saíram da clínica e foram para uma residência terapêutica
Completados 15 anos da Lei Antimanicomial (nº 10.216), o Recife foi a segunda cidade brasileira a cumprir a normativa que põe fim ao modelo hospitalocêntrico de acompanhemos aos doentes mentais crônicos. A primeira foi São Paulo, que deu início à mudança há 15 dias. Na última quinta-feira (29), os últimos dez pacientes de longa permanência saíram da Clínica Santo Antônio, na Madalena, e foram para uma residência terapêutica, no Ipsep.
“Para onde a gente vai?”, questionavam. “Para nossa casa”, respondeu o cuidador. Já na saída, no atravessar da rua, a curiosidade deixou todos inquietos. A maioria não sabia o que era uma casa há pelo menos 15 anos.
“Ele era bom. Estava em São Paulo trabalhando com outro irmão, mas do nada ficou doente e abandonou tudo. Ficou agressivo e, na época, meus pais tiveram que interná-lo”, contou Manuel Farias Filho, 51 anos, irmão do paciente Antônio Manuel, 53. Já se vão mais de 20 anos internado em hospitais, sem ter o convívio da família. Na casa nova ele é o mais curioso e percorreu todos os cômodos e a área externa. Manuel Filho contou que há quase dez anos, com a morte dos pais, os irmãos se perderam de Antônio, e sequer sabiam onde ele estava sendo cuidado.
“Ele era bom. Estava em São Paulo trabalhando com outro irmão, mas do nada ficou doente e abandonou tudo. Ficou agressivo e, na época, meus pais tiveram que interná-lo”, contou Manuel Farias Filho, 51 anos, irmão do paciente Antônio Manuel, 53. Já se vão mais de 20 anos internado em hospitais, sem ter o convívio da família. Na casa nova ele é o mais curioso e percorreu todos os cômodos e a área externa. Manuel Filho contou que há quase dez anos, com a morte dos pais, os irmãos se perderam de Antônio, e sequer sabiam onde ele estava sendo cuidado.
O espaço, que abriga o grupo conta com um cuidador a cada 12 horas, um técnico de enfermagem durante o dia, um técnico de referência e toda a equipe do Centro de Assistência Psicossocial (Caps) da área. “Tomamos a decisão política de que iríamos mudar, passando do modelo antimanicomial para o psicossocial. Recife já tinha uma rede psicossocial relativamente instalada, mas estava convivendo com os dois modelos”, afirmou a gerente de Saúde Mental do Recife, Telma Melo. Em 2013, eram 538 usuários em cinco hospitais psiquiátricos, sendo 327 de longa duração e 211 agudos. Apenas 10% deles conseguiram ser reinseridos no convívio com as famílias.
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