Rede de ONGs denuncia 'epidemia' de mineração ilegal na Amazônia
Esse grupo, formado por oito ONGs, contabilizou 2.312 pontos de extração ilegal e 245 áreas na Venezuela, Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru
A mineração ilegal na Amazônia se expandiu de forma "epidêmica" nos últimos anos, segundo uma denúncia de um grupo de associações ambientais que publicou nesta segunda-feira (10) um mapa sem precedentes que identifica mais de 2.300 minas clandestinas em seis países da América do Sul, a maioria na Venezuela e no Brasil.
"A incidência de garimpo ilegal na Amazônia, especialmente em territórios indígenas e áreas naturais protegidas, tem crescido exponencialmente nos últimos anos com o aumento do preço do ouro", afirmou o antropólogo Beto Ricardo, que coordena a Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (Raisg).
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Esse grupo, formado por oito ONGs, contabilizou 2.312 pontos de extração ilegal e 245 áreas na Venezuela, Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. "Como uma epidemia, a extração ilegal destrói a floresta, contamina os rios e ameaça a sobrevivência de centenas de comunidades autóctones", especialmente pelo uso do mercúrio, alerta Ricardo, que dirige o Instituto Socioambiental.
Segundo os dados recolhidos neste mapa inédito, a maior quantidade de minas ilegais se concentra principalmente na Venezuela e no Brasil. Entre os pontos registrados, 37 se encontram em territórios indígenas, a maioria deles no Brasil (18).