Relembre os destaques do julgamento do caso Thiago Faria Soares
Expectativa é que o julgamento termine nesta quinta-feira
O julgamento dos acusados de matar o promotor de Itaíba Thiago Faria Soares, em 2013, chega ao último dia. A expectativa é que o júri popular decida sobre as acusações ainda nesta quinta-feira (27) ou nas primeiras horas da madrugada da sexta-feira (28).
São acusados José Maria Pedro Rosendo Barbosa e Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva, conhecido como Passarinho. Um dos acusados, Antônio Cavalcante Filho, irmão de José Maria Cavalcante, está foragido da Justiça Federal. Também réu, José Maria Domingos Cavalcante teve o julgamento adiado - está preso no Cotel - e agora ele será julgado agora no dia 12 de dezembro.
Relembre os dias do julgamento
O tribunal do júri começou na segunda-feira (24) e teve o depoimento de Mysheva Martins como ponto alto. Mysheva relatou os últimos acontecimentos antes de o noivo dela ter sido assassinado em outubro de 2013 e chegou a se emocionar quando detalhou o crime. Em seu depoimento, o delegado Alexandre Alves, responsável pelas investigações, defendeu a noiva de Thiago Faria. Ele disse também como chegou a cada um dos acusados.
Durante a terça-feira (25), a antiga moradora da Fazenda Nova, Cláudia Tenório Freire de Melo, que é tia de Mysheva Martins, fez um relato breve de uma ameaça que José Maria Pedro Rosendo, conhecido como Zé Maria de Mané Pedo, teria feito ao promotor - ele teria prometido "estourar a cabeça" de Thiago. Depois, foi a vez de ouvir o inventariante da Fazenda Nova, Carlos Ubirajara, que afirmou que a área que se tornou foco da disputa que culminou na morte de Thiago não tinha renda mensal. Pelo contrário, que "só dava dor de cabeça". Mas, no depoimento da advogada Mysheva Martins, nessa segunda (24), ela contou que a fonte de água mineral que existe lá renderia cerca de R$ 1, 4 mil diariamente. Ou seja, mais de meio milhão por ano.
O perito criminal federal Carlos Eduardo Palhares Machado retratou, também na terça, a trajetória das balas e dos ferimentos na vitima. Ele declarou que houve divergências entre as perícias feitas pelas polícias Civil e Federal. Segundo Palhares, a Civil, por exemplo, afirmou que o primeiro disparo havia sido fatal, o que ia de encontro ao depoimento de Mysheva, que dizia que Thiago ainda teve tempo de encostar o carro antes de ser atingido pelos demais tiros. Já a da PF apontou que Thiago foi atingido por um disparo não fatal, com o veiculo em movimento; apenas o segundo tiro é que foi fatal, conforme afirmou Mysheva.
Na quarta-feira, o destaque foi a ouvida de José Maria Pedro Rosendo Barbosa, acusado de ser o mandante do crime. Inocentado em dois processos por cárcere privado e sequestro nas comarcas de Vitória de Santo Antão e Garanhuns, o fazendeiro Zé Maria de Mané Pedro, como é conhecido, foi interrogado por quase cinco horas. Negou envolvimento na morte de Thiago e, assim que pôde, lançou suspeitas contra Mysheva e contra o ex-namorado dela, um empresário do ramo de funerárias.
Já no interrogatório de José Marisvaldo, um dos acusados de envolvimento na morte do promotor, ele respondeu quase todas as perguntas por quase duas horas. Só se recusou a responder às do assistente de acusação de Mysheva Martins, noiva do promotor morto.
Adeildo Ferreira dos Santos, também foi ouvido na quarta-feira, mas evitou responder a maioria das perguntas. Ele disse repetidas vezes que não se recordava bem dos fatos.
Entenda o caso
O crime ocorreu no dia 14 de outubro de 2013 no interior de Pernambuco. Thiago Faria Soares estava com a noiva, a advogada Mysheva Martins, e do tio dela Adautivo Martins. Eles seguiam pela rodovia PE-300 a caminho de Itaíba, no Agreste, quando foram abordados por homens armados.
Os tiros atingiram Thiago, que morreu no local. O veículo deles parou. O carro dos assassinos contornou a via e, segundo as investigações, retornou para tentar assassinar tio e sobrinha, que escaparam com vida após se jogarem para fora do veículo, na estrada. A arma do crime nunca foi encontrada.
A motivação do crime teria sido a compra de 25 hectares de uma fazenda em Águas Belas. O imóvel, que possuía uma extensão total de 1.800 hectares, foi adquirido por Mysheva em um leilão - com isso, parentes de José Pedro teriam sido obrigado a deixar o local.