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Rio Una: captação d’água suspensa

MPPE recomendou a interrupção após descoberta de descarte de resíduos hospitalares e industrial no flume

Tadeu Alencar (PSB), Paulo Câmara (PSB), José Patriota (PSB) e Professor Lupércio (SD)Tadeu Alencar (PSB), Paulo Câmara (PSB), José Patriota (PSB) e Professor Lupércio (SD) - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

 

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou à gestão municipal de Água Preta, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, a suspensão imediata de captação de água do Rio Una para abastecimento domiciliar. A decisão foi tomada após o órgão ter tomado conhecimento de que sobre o flume recai resíduos hospitalares e industriais, além de fezes humanas o que, na avaliação do MPPE, oferece risco à saúde da população do município.

 A Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) terá até dez dias, a contar do recebimento do ofício, para fazer a coleta e análise da qualidade da água. O laudo técnico comprovará se a água está imprópria ou não para consumo humano. A recomendação, expedida pela promotora de Justiça Manuela de Oliveira Gonçalves, foi publicada, ontem, no Diário Oficial do Estado (DOE). 

No texto publicado, a promotora Manuela afirma que “não há condições de a Estação de Tratamento do município de Água Preta tratar a água do Rio Una, tendo em vista que ela foi criada em 1965, com capacidade de distribuir água para cinco mil habitantes naquele ano, e que não houve nenhum acréscimo de produtos químicos e nenhuma ampliação na estrutura da referida estação de tratamento”. Água Preta é um dos municípios que a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) não opera, sendo a própria prefeitura responsável pelo abastecimento.

Sendo assim, de acordo com a promotora, é de competência do município acompanhar e fiscalizar a pesquisa, o uso e a exploração de recursos hídricos. Hoje, a população estimada para o município é de 33 mil habitantes, de acordo com o censo demográfico do IBGE.
A professora da área de Gestão Ambiental da UFRPE Soraya El-Deir alertou que, em Pernambuco, a média de saneamento ambiental é de apenas 20%, ou seja, nessa conta 80% dos dejetos caem direto no rio sem nenhum tratamento. No caso do Una, Soraya chama a atenção para a criação urgente de políticas de saneamento e mais rigor nas fiscalizações em relação a poluidores fixos, como as indústrias, por exemplo.
“O Una, como um todo, sofre uma carga muito grande de dejetos. A pessoa que consumir diretamente essa água, seja ao beber ou consumir alimentos lavados com ela, pode ter doenças irreparáveis. Desde a mais comum, que é uma diarreia, até um câncer.

 Até porque dejetos industriais, como agrotóxicos, tem potencial cancerígeno. Nisso, sofrem também os animais que vivem no rio”, explicou a pesquisadora. No documento, a Promotoria do município de Água Preta encaminhou recomendação ao prefeito municipal e à presidência do Serviço Autônomo Água e Esgoto (SAAE) de Água Preta.

O laudo técnico da CPRH irá definir, posteriormente, as medidas cabíveis que deverão ser acatadas pelo município. Procurada pela Folha de Pernambuco, a CPRH informou que não havia recebido nenhum ofício até ontem. Já o prefeito de Água Preta, Armando Almeida Souto, e o SAAE foram procurados, mas não atenderam as ligações.

 

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