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VATICANO

Saiba quem é o cardeal decano Giovanni Re, que conduzirá o funeral do Papa Francisco

Parte final do rito funeral do Pontífice da Igreja Católica acontecerá ao fim de um velório de três dias

Cardeal Giovanni Battista ReCardeal Giovanni Battista Re - Foto: AFP

O funeral do Papa Francisco está marcado para as 10h (5h da manhã em Brasília) do próximo sábado, dia 26 de abril, no Vaticano, antes de seu sepultamento, que acontece no mesmo dia, na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma. O rito será presidido pelo cardeal Giovanni Battista Re, uma das figuras mais experientes e respeitadas da Igreja Católica.

A parte final do rito funeral do Pontífice da Igreja Católica acontecerá ao fim de um velório de três dias, que começa na quarta-feira, na Basílica de São Pedro. O corpo de Francisco ainda está na capela da residência de Santa Marta, que era sua residência oficial, e onde faleceu na manhã de segunda-feira, vítima de um AVC — que o pôs em coma e levou a uma insuficiência cardíaca.

Quem é o cardeal Giovanni Battista Re, que presidirá o funeral do Papa Francisco?
A escolha do cardeal Giovanni Battista Re para celebrar o funeral do Papa Francisco segue o protocolo tradicional da Igreja, já que Re ocupa atualmente o cargo de Decano do Colégio Cardinalício — posição reservada ao cardeal mais graduado, responsável por presidir cerimônias fúnebres papais e orientar o conclave que elegerá o novo Pontífice.

Nascido na Itália em 1934, Giovanni Battista Re entrou para o seminário aos 11 anos, em 1945, logo após a Segunda Guerra Mundial, e foi ordenado sacerdote em 1957. Com formação em Roma, seguiu uma longa carreira dedicada à diplomacia e à administração interna da Santa Sé.

Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, Re atuou em nunciaturas apostólicas no Panamá e no Irã entre as décadas de 1960 e 1970, e mais tarde ocupou cargos de destaque na Secretaria de Estado do Vaticano, órgão responsável pelos assuntos internos e externos da Igreja.

Em 2000, foi nomeado Prefeito da Congregação para os Bispos, onde passou a ter papel decisivo na escolha dos novos bispos ao redor do mundo, e passou a trabalhar diretamente com o Papa João Paulo II. Giovanni Re também participou do conclave de abril de 2005 para a eleição do Papa Bento XVI e do conclave de março de 2013, que elegeu o Papa Francisco.

Reconhecido por seu perfil discreto e sua profunda familiaridade com os bastidores do Vaticano, Re foi escolhido Decano do Colégio Cardinalício em 2020, tornando-se, assim, a principal autoridade entre os cardeais. Em janeiro de 2025, o posto de Decano do Colégio Cardinalício foi renovado sob aprovação do Papa Francisco. Agora, aos 90 anos, ele será o rosto da Igreja durante a missa de adeus ao Pontífice.

Como será o funeral?
O caixão será levado em procissão na quarta-feir (23)a, às 9h (4h de Brasília), para a Basílica de São Pedro. A procissão passará pela Praça Santa Marta e pela Praça dos Protomártires Romanos, segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé. A procissão seguirá pelo Arco dos Sinos, Praça de São Pedro e entrará na Basílica do Vaticano pela porta central.

Na Basílica, o cardeal camerlengo, Kevin Joseph Farrell, presidirá a liturgia. Ao fim, inicia-se um período de três dias de visitação, até o funeral.

No sábado (26), uma missa de corpo presente será celebrada na Praça de São Pedro, no Vaticano, em frente à basílica onde o primeiro Papa latino-americano fez sua última aparição no Domingo de Páscoa. A missa será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio de Cardeais, e concelebrada por patriarcas, cardeais, arcebispos, bispos e padres de todo o mundo.

Segundo a imprensa italiana, meio milhão de fiéis são esperados no funeral, além de chefes de Estado e monarcas do mundo todo — entre esses, confirmaram presença o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e líderes mundiais como Donald Trump, Emmanuel Macron e Volodymyr Zelensky.

A celebração da eucaristia no sábado será concluída com a "Ultima commendatio" e a "Valedictio", marcando o início dos "Novemdiales", os nove dias de luto e missas em sufrágio do Papa Francisco.

A pedido de Francisco, que simplificou as honras fúnebres, ele será sepultado no mesmo caixão que já está sendo utilizado, feito de madeira e zinco. Contrariando uma tradição que vem desde 1903, o Pontífice escolheu ter seus restos mortais enterrados na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e não no Vaticano.

O túmulo, pediu Francisco, deve ser "simples", com uma única inscrição: "Franciscus", seu nome papal em latim.

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