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Tarifaço de Trump pode afetar produção de papel higiênico nos EUA, alerta Suzano

Maior produtora de celulose do mundo diz que exportações para o mercado americano caíram 20%

Papel higiênico.Papel higiênico. - Foto: Pixabay.

Não faz muito tempo que a pandemia causou gargalos nos envios de papel higiênico ao redor do mundo. Agora, as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçam provocar uma nova onda de interrupções.

A Suzano, maior exportadora mundial de celulose — matéria-prima de produtos como papel higiênico —, tem observado que as tarifas impostas por Donald Trump levaram a uma queda nos embarques do produto do Brasil para os EUA, afirmou o CEO da empresa João Alberto de Abreu, em entrevista.

A empresa está repassando os custos das tarifas aos compradores norte-americanos, disse Abreu.
 

Embora ainda seja cedo para avaliar com precisão o impacto das tarifas sobre a cadeia de suprimentos de papel, o efeito na celulose é apenas mais um exemplo de como disputas comerciais ameaçam desorganizar o fluxo global de produtos essenciais.

As exportações brasileiras de celulose branqueada de eucalipto para os EUA, matéria-prima produzida pela Suzano, caíram 20% em abril na comparação com o abril do ano passado, segundo dados do governo.

A incerteza gerada pelas tarifas dos EUA afetou o sentimento dos consumidores e as negociações, afirmou Leonardo Grimaldi, vice-presidente executivo da Suzano, durante uma teleconferência com analistas.

— Como os clientes ainda estão com dificuldade de prever como as tarifas podem afetar seus planos de produção, direta ou indiretamente, todos os compradores e vendedores de celulose estão em uma fase de descoberta de preços — disse Grimaldi.

Negociações
Na semana em que Trump anunciou o primeiro acordo desde a suspensão das tarifas recíprocas que impôs em 2 de abril, executivos americanos e chineses se reúnem a partir de amanhã, na Suíça, para iniciar conversas sobre um arrefecimento das tensões.

Mais cedo, Trump sinalizou que uma tarifa de 80% aos produtos chineses poderia ser ideal. Hoje, elas estão em 145%, o que praticamente cria um embargo sobre os bens do país asiático.

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