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Técnicos tentam criar rotina de trabalho e mergulham nos livros

Rotina dos treinadores das equipes da Série A do Campeonato Brasileiro tem sido basicamente conversas com a comissão técnica, porém com algumas atividades extras, que antes

Guto Ferreira, técnico do CearáGuto Ferreira, técnico do Ceará - Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco

Os clubes brasileiros ainda não sabem com clareza como será o futebol após a pandemia do coronavírus. Mas os técnicos têm aproveitado a pausa para tentar planejar, na medida do possível, a continuidade da temporada de 2020.

A rotina dos treinadores das equipes da Série A do Campeonato Brasileiro tem sido basicamente a mesma nas últimas semanas: conversas com a comissão técnica utilizando aplicativos de mensagem ou chamada e observação de jogos do próprio time e dos adversários que eles deverão enfrentar assim que o futebol retornar.

O técnico do São Paulo, Fernando Diniz, 46, mantém contato diário com seus ajudantes e com o departamento de análise de desempenho. A equipe de trabalho, além da revisão das partidas do clube do Morumbi no ano, tem discutido possíveis novidades nos treinos para a retomada do calendário.

Diniz, que tem boa abertura com o elenco são-paulino, também está conversando permanentemente com os jogadores sobre algumas questões de jogo e, principalmente, sobre como estão enfrentando a pandemia com suas famílias.
A leitura e o tempo com a família também têm ajudado o agitado treinador tricolor a manter a mente tranquila durante o isolamento.

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O português Jesualdo Ferreira, 73, técnico mais velho entre os clubes da elite nacional, optou por permanecer em Santos e não retornou ao seu país como fez seu compatriota Jorge Jesus, do Flamengo.

A comissão técnica do português está dividida entre Portugal e Brasil. Por Skype, eles fazem reuniões diárias para conversar sobre os jogos que o Santos fez em 2020, a análise dos próximos adversários da equipe e a montagem de um possível cronograma de treinos para a sequência do ano. Jesualdo também tem ido se exercitar no CT Rei Pelé, quase sempre sozinho.

Dos clubes paulistas, o caso mais sensível provavelmente seja o do técnico do Corinthians, Tiago Nunes, que sofria grande pressão antes da parada em razão da eliminação na Copa Libertadores e a possibilidade de cair ainda na fase de grupos do Campeonato Paulista.

O treinador corintiano também tem trabalhado de maneira remota com sua comissão técnica. Mas o gaúcho de 40 anos está esperando junto à esposa Fernanda pelo segundo filho do casal, Pedro, que tem nascimento programado para o fim de abril ou início de maio.

Com a gravidez de Fernanda, Tiago tem redobrado os cuidados com higiene e prevenção em casa e, além do contato com seus auxiliares e atletas corintianos, tem aproveitado para colocar alguns livros em dia, entre eles "Onze Anéis", do técnico de basquete Phil Jackson, "Convite à Filosofia", de Marilena Chauí e "O Monge e o Executivo", de James C. Hunter.

A leitura também tem sido um refúgio para o técnico Adilson Batista, demitido do Cruzeiro no último dia 15 de março. O paranaense de 52 anos foi a Buenos Aires no ano passado e comprou na capital argentina uma pilha de livros sobre futebol.
Na mala, Adilson trouxe obras sobre o trabalho de Diego Simeone, técnico do Atlético de Madrid, Tata Martino, ex-treinador do Barcelona e da seleção argentina, e de Pep Guardiola, comandante do Manchester City. Sem clube no momento, ele tem aproveitado para ler alguns desses livros nesse período.

Guto Ferreira, 54, teve seu nome ventilado como possível substituto de Adilson no Cruzeiro. Mas o técnico acabou assinando com o Ceará, que demitiu Enderson Moreira. Anunciado no dia 20 de março, Guto ainda não pôde ser apresentado em razão da pandemia do coronavírus.

Antes de fazer sua estreia pelo clube, que ele e o Ceará ainda não sabem quando vai ser, o treinador tem trabalhado na observação do elenco que ele irá comandar.
"Estamos fazendo uma análise de plantel. Passaram para nós vários jogos, que estamos assistindo, e analisando o momento de cada um dos jogadores, com vídeos individuais deles. Toda semana fazemos uma reunião com a preparação física. Na reunião de domingo (5), que foi mais ampla, falamos por 2h30", diz Guto Ferreira.

A análise de elencos tem sido um ponto em comum dos clubes brasileiros durante a pausa. Há equipes que não têm se limitado a observar apenas o estágio físico e psicológico dos próprios atletas, como também o mercado na busca por contratações para o retorno da temporada.

O Athletico-PR, por exemplo, deu férias ao marketing e ao administrativo do clube. O departamento de análise de mercado, porém, segue trabalhando na prospecção de jogadores.

O técnico do time paranaense, Dorival Júnior, 57, também tem mantido contato diário com sua comissão técnica. O foco do trabalho tem sido a observação dos adversários da equipe na Libertadores (Colo-Colo, Jorge Wilstermann e Peñarol), além da observação de possíveis novos nomes para o elenco.

Dorival Júnior tem observado jogos dos adversários do Athletico na Libertadores Athletico-PR/Divulgação Dorival Júnior tem observado jogos dos adversários do Athletico na Libertadores ** Na seleção brasileira, que teve o início das eliminatórias adiado e a Copa América deste ano transferida para 2021, o técnico Tite, 58, decidiu permanecer no Rio de Janeiro durante o período de isolamento.

De casa, o gaúcho tem feito videoconferências semanais com a comissão técnica e alguns outros setores da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Uma das pautas principais do grupo é a formação de um catálogo, a partir dos vídeos que a comissão tem em mãos, dos treinos da equipe nacional, ilustrando também a aplicação dessas atividades e conceitos nas partidas do time.

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