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'Tenho esperança na Justiça', diz irmã de Baixinha sobre prisão de jardineiro

Advogado do jardineiro Renato José da Silva, que confessou o crime, alega que o rapaz estava sob efeito de drogas

Arquiteta Maria Alice dos AnjosArquiteta Maria Alice dos Anjos - Foto: Divulgação / Facebook

Diante da prisão do jardineiro Renato José da Silva, 28 anos, que confessou ter assassinado a arquiteta Maria Alice Soares dos Anjos, 74, conhecida como Baixinha, a irmã da vítima, Sônia dos Anjos, comentou que espera que a "justiça seja feita". “Eu ainda estou muito machucada. Mas tenho esperança na Justiça. Uma pessoa que teve a capacidade de fazer o que fez tem que ficar presa”, desabafou, por telefone, à Folha de Pernambuco.

“É muito cruel essa história. Nunca cheguei a ver ele (Renato), mas não faço questão alguma de saber quem é. Pouco importa saber diante da crueldade que ele cometeu. Espero que a justiça seja feita e que ele fique guardado (na cadeia) para não fazer coisa a mais ninguém”, finalizou.

O advogado de Renato, Cleyton Eustáquio, contou que ele praticava furtos na casa de Maria Alice para sustentar seu vício em crack - estando sob efeito da droga no momento do crime. “Ele passou a noite (anterior ao crime) em claro usando crack”, relatou. “Foi uma atitude impensada (o assassinato). Ele está muito arrependido por tudo que aconteceu e tem todo o interesse em contribuir com as investigações”, concluiu o advogado.

Decepcionada e desconfiada
Responsável pelo inquérito, a delegada Andréa Griz, da 9ª Delegacia de Homicídios de Olinda, relatou que Maria Alice andava desapontada com Renato por ele estar “nas drogas”. E começou a desconfiar do jardineiro após saber que ele andou usando seu carro para passear enquanto ela passava uns dias em Maceió, em fevereiro.

O jardineiro alegou à delegada que Baixinha passou a deixar grandes quantidades de dinheiro em casa para “testá-lo”, e confessou que costumava furtar objetos da idosa para comprar crack.

"Ela tinha a consciência de que poderia ser ele, mas, com sentimento de mãe, quis ajudá-lo. Ela quis oferecer uma oportunidade diferente de vida", disse. Dias depois, ao dar falta de alimentos e bebidas, Maria Alice trocou fechaduras de sua casa e registrou um boletim de ocorrência na Delegacia do Varadouro.

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Na manhã de 13 de março, Renato tentou entrar na residência e percebeu a fechadura trocada. Então, pulou o muro baixo que fica por trás da casa e foi surpreendido pela vítima, que o questionava pela janela. “Ela desceu e ele deu uma chave de pescoço nela, que caiu no chão se machucando. Ela começou a resmungar e ele deu uma pedrada e depois jogou o vaso na cabeça”, explicou a delegada. Na sequência, o homem revirou a casa para afastar suspeitas e foi embora.

Andrea disse que já desconfiava do envolvimento de Renato no crime, mas só passou a ter mais suspeitas após saber que ele vendeu o celular a vítima em troca de crack. O aparelho foi encontrado em posse de Adriano Henrique da Silva, 28, preso em flagrante por receptação. Adriano contou à Polícia que comprou o telefone de Maxiel Lima da Silva, 20, a quem Renato havia entregue o celular da idosa. Maxiel também deverá ser indiciado por receptação.

Réu primário e sem antecedentes criminais, Renato José da Silva está preso temporariamente desde o último sábado, no Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel). A delegada Andrea ainda não encerrou o inquérito, prometendo realizar nos próximos dias uma simulação do crime na residência para esclarecer pontos, como por exemplo, a possível participação de uma terceira pessoa.

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