Torcedores do Náutico ainda em êxtase com o acesso à Série B
A Folha de Pernambuco foi dar um passeio pelas ruas do Centro do Recife e flagrou alvirrubros ainda curtindo a vitória do time nos pênaltis e o acesso à Série B
A torcida do Náutico vive uma verdadeira metamorfose. Todas as estruturas foram mexidas e modificadas depois do jogo dramático contra o Paysandu, nesse último domingo (08), nos Aflitos. O empate por 2x2, conseguido nos acréscimos do segundo tempo, deu o último sopro de esperança ao Timbu, que venceu o papão por 5x3 nos pênaltis e levou o Náutico à conquista do acesso à Série B. A Folha de Pernambuco foi dar um passeio pelas ruas do Recife e viu que a saideira do dia foi ditada por vestes vermelha e branca na manhã desta segunda-feira (09).
Henrique Santana contou sobre o nervosismo que sentiu durante toda a partida. Ainda no primeiro tempo, depois do primeiro gol do Paysandu, o comerciante de 25 anos, que assistiu a partida de casa, disse que “o jeito era beber para esquecer as mágoas”. No segundo tempo, logo após o segundo gol do papão, as chances de acesso do Timbu diminuíram, mas aos 19 minutos Álvaro reacendeu a esperança que a torcida alvirrubra precisava. “Quando o Náutico fez um gol já deu uma energia positiva, um ‘eu acredito’. Nos pênaltis, fiquei ajoelhado rezando, nem vi os gols, só escutei. Depois do último pênalti, fiquei maluco. Gritei na rua, soltei fogos”, comemorou.
Outros torcedores utilizaram-se de rituais diferentes para espantar o bicho papão dos Aflitos. “Depois que levou o segundo gol eu me tranquei no banheiro de casa, porque o Náutico é assim mesmo: nada, nada e morre na praia, mas ontem foi na raça”, vibrou seu Edson do Carmo, 59, enfatizando que todos os dias ele usa uma camisa do Náutico para ir trabalhar nas imediações do Mercado de São José.
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A torcida dos times rivais da Capital contra o Timbu não foi suficiente para derrubar o que viria a ser uma noite histórica para os torcedores do Náutico. André Santos, torcedor do Santa Cruz, ainda ressentido pela desclassificação na Série C, resolveu apostar na derrota alvirrubra. E se deu mal. Isso porque o flanelinha apostou com um amigo alvirrubro que caso o Náutico conseguisse a classificação ele usaria uma faixa com o dito Série B durante todo o dia desta segunda. “Como um bom pagador de promessa eu estou cumprindo a aposta”, disse ele.
Enquanto isso, Uirapuan Ramos, o amigo alvirrubro de André, não segurou o riso: “É meu freguês já”, disparou. A tiração de onda, contudo, deu lugar à emoção. “Foi um sofrimento. Quando jogo terminou eu ‘invadi’ o gramado. Até meu filho que é rubro-negro entrou em campo comigo e vestiu a camisa do Náutico. Agora a sensação é de alívio”, ressaltou.
A nostalgia alvirrubra não parou por aí. Os torcedores continuam em êxtase, e a antítese que beirava os Aflitos parece ter sido esquecida em apenas uma partida, treze anos depois da épica Batalha dos Aflitos. “Eu tava contando com essa vitória. Apesar do sufoco, valeu à pena. Tenho pressão alta, então foi até bom não ter assistido. Tô muito feliz”, externou a torcedora Miriam de Oliveira, que chorou de alegria ao mostrar com o orgulho o escudo do Timbu estampado em sua camisa.