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Trânsito e transtorno no Largo da Encruzilhada, no Recife

Moradores e comerciantes do Largo da Encruzilhada se queixam que intervenção realizada há três meses no local tem causado diversos problemas

Moradores e comerciantes relatam transtornos no Largo da Encruzilhada, no Recife, após alterações no trânsitoMoradores e comerciantes relatam transtornos no Largo da Encruzilhada, no Recife, após alterações no trânsito - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

As mudanças no trânsito do Largo da Encruzilhada, na Zona Norte do Recife, ocorridas em julho deste ano, deveriam otimizar o tráfego na região. No entanto, segundo os moradores e comerciantes do local, tem trazido diversos problemas, inclusive de mobilidade.

Nanci Reis, proprietária de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos na rua Castro Alves, relata que desde a alteração tem tido transtornos tanto com em relação ao acesso ao local quanto com o bem-estar de seus pacientes.

Após denúncias, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) solicitou esclarecimentos à Prefeitura da Cidade. Moradores organizaram um abaixo-assinado com 1.018 assinaturas cobrando providências.

De acordo com Nanci Reis, os idosos têm reclamado do barulho provocado pelos coletivos provenientes da nova parada inserida no local, ficando agitados e com o sono perturbado. “Eles não conseguem dormir direito e ficam muito incomodados ao longo do dia.”

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Nanci afirma ainda que, desde a mudança, a incidência de problemas respiratórios entre eles aumentou muito. “Esses ônibus também estão fazendo muito mal à saúde deles, de lá pra cá já perdemos quatro por problemas respiratórios devido à poluição.”

Na rua Alfredo José de Castro, os moradores relatam que a via se tornou perigosa para os pedestres e motoristas, pois, segundo eles, não tem capacidade de comportar o tráfego desviado da avenida João de Barros. “Não melhorou a questão da mobilidade, a rua e a calçada são muito estreitas, o que está causando muitos acidentes, e quando o fluxo é grande as bicicletas e motos passam por cima das calçadas. Corremos o risco de sermos atropelados em cima delas. Antes, como não tinha este fluxo todo, mesmo com calçadas estreitas, circulávamos com facilidade” conta a funcionária pública, Sueli Ipólito.

Comerciantes da avenida relatam que após o desvio o movimento caiu, e que para se manter tiveram que realizar cortes no corpo de funcionários. Foi o que aconteceu com José Carlos Polimeni, dono da Lavanderia e Tinturaria Brasileira, que está no local desde 1938. “As pessoas acabam deixando para lá por causa do desvio e o que nos resta é, infelizmente, fazer cortes para poder continuar funcionando”, conta.

Os moradores e comerciantes afirmam já terem entrado em contatos com a Secretaria de Mobilidade (SEMOC), tendo inclusive uma reunião marcada com o próprio secretário para avaliação do caso, e com o MPPE, com quem formalizaram a queixa. Segundo a promotora de Justiça Bettina Guedes, o órgão recebeu algumas denúncias sobre a mudança no trânsito no Largo da Encruzilhada.

Procurada, a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) informou que mantém diálogos abertos para discutir a elaboração e a implantação de projetos que visam a melhoria da mobilidade no município, “atentos às demandas apresentadas pela população, que são recebidas e analisadas por equipes técnicas”.

O órgão ressaltou também que todas as intervenções implantadas no Recife são previamente discutidas com a comunidade e divulgadas na imprensa. Após as mudanças, equipes de artistas educadores e de agentes de trânsito também são deslocadas aos locais para orientar condutores e pedestres. E em relação às solicitações de moradores acerca das mudanças de trânsito no bairro da Encruzilhada, a CTTU afirmou que irá avaliá-las.

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