EUA

Trump faz campanha em estados-chave que Biden poderia conquistar

Presidente deixou de lado o novo coronavírus e fez um discurso severo sobre imigração, raça e contra Biden

Presidente Donald TrumpPresidente Donald Trump - Foto: Samuel Corum / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / G

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, buscou nesta sexta-feira recuperar terreno na corrida pela Casa Branca com comícios na Flórida e na Geórgia, em que fez um discurso duro contra o rival, Joe Biden, a 18 dias das eleições presidenciais.

Trump fez campanha hoje em dois estados onde venceu há quatro anos, mas que poderão ser conquistados em novembro por Biden, segundo as pesquisas de opinião.

"Vamos presenciar uma onda vermelha (cor dos republicanos, ndr) de tamanho sem precedentes", afirmou Trump durante comício em Ocala, Flórida. "Joe Biden é um desastre e um político corrupto", disse, em tom agressivo, colocando todas as suas forças na batalha para evitar que o rival vença no estado, onde teve uma vitória apertada em 2016.

Diante da multidão, Trump deixou de lado o novo coronavírus (ao qual se referiu no comício de que participou um pouco antes, em Fort Myers) e fez um discurso severo sobre imigração, raça e contra Biden, que acusa de corrupção: "Joe Biden é um desastre e um político corrupto. Os democratas não têm mais do que desdém pelos vossos valores, e querem converter os Estados Unidos em um país comunista."

Em seguida, Trump lançou comentários contra os imigrantes latinos, afirmando que os democratas "inundarão suas comunidades com ilegais, drogas e crime". O presidente arremeteu contra a congressista democrata de origem somali, Ilhan Omar, que "odeia o nosso país e vem de um lugar que sequer tem um governo", afirmou.

Trump tampouco economizou críticas aos jornalistas, que voltou a chamar de "inimigos do povo".

Enquanto Trump fazia campanha na Flórida e na Geórgia, Biden passou o dia no Michigan, onde discursou com a governadora, Gretchen Whitmer, opositora ferrenha de Trump e alvo recente de uma conspiração desbaratada da extrema direita, que queria sequestrá-la e "julgá-la por traição". "Deveria comover a consciência de todos os americanos", lançou Biden, acrescentando que "a negação a condenar esses tipos é assombrosa".

"Todo mundo sabe quem é Donald Trump. Mostremos a eles queem somos", disse o democrata em Detroit. "Escolhemos a esperança, a unidade à divisão, a ciência à ficção, e, sim, a verdade às mentiras."

O democrata também comentou a gestão da pandemia por Trump. "Continua nos dizendo que esse vírus irá desaparecer milagrosamente. Por Deus! Não está desaparecendo, de fato está aumentando novamente, piorando", advertiu.

Cautela 

O gerente da campanha de Biden, Jen Dillo, mostrou um sinal de cautela aos democratas, ao assinalar que as pesquisas em nível nacional são enganosas: "Não temos uma vantagem de dois dígitos."

As enquetes são desfavoráveis a Trump, cujo otimismo expressado durante a campanha não é compartilhado por membros proeminentes do seu partido, como o senador Ben Sasse de Nebraska, que se juntou aos colegas Lindsey Graham ,da Carolina do Sul, e Ted Cruz, do Texas, para expressar sua preocupação.

Em um telefonema com eleitores nesta semana, ao qual o jornal The Washington Examiner teve acesso, Sasse disse que uma derrota de Trump parece "provável" e que os republicanos podem perder o Senado também. "Estamos enfrentando um tsunami azul", disse ele, referindo-se à cor do Partido Democrata. 

O senador Lindsey Graham, por sua vez, disse à AFP que os eleitores começam a pesar os prós e contras de cada partido, mais do que se focar no temperamento explosivo de Trump. "Acredito que as coisas irão melhorar para nós com o passar dos dias", avaliou.

Trump e Biden farão o último debate eleitoral na próxima quinta-feira. Ontem, eles participaram de eventos com eleitores transmitidos por diferentes redes de TV. Segundo dados da empresa Nielsen, 14,1 milhões de espectadores acompanharam o programa de Biden, contra 13,5 milhões que preferiram assistir a Trump.

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