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Ataque à imprensa

Turquia prende 16 jornalistas por "pertencer a uma organização terrorista"

Eles foram presos por "pertencer ao serviço de imprensa" do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que Ancara considera como terrorista

ImprensaImprensa - Foto: Freepik

Dezesseis jornalistas turcos foram presos nesta quinta-feira (16) por "pertencimento a uma organização terrorista" na cidade de maioria curda de Diyarbakir, no sudeste da Turquia

Em 8 de junho, 20 jornalistas que trabalhavam para veículos de comunicação e produtoras próximas ao Partido Democrático do Povo (HDP) pró-curdo foram presos por "pertencer ao serviço de imprensa" do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que Ancara considera como terrorista

Dezesseis deles foram presos nesta quinta-feira (16), os outros foram soltos sob controle judicial, segundo documentos legais que a AFP pôde consultar. De acordo com a mídia local, a Promotoria questionou os jornalistas sobre o conteúdo de seus artigos.

"Isso sugere uma manobra pré-eleitoral para privar os políticos curdos de um meio de expressão", disse à AFP Erol Onderoglu, representante na Turquia dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF). 

Onderoglu observou que essas prisões ocorrem no momento em que a Turquia está preparando uma ofensiva contra os combatentes curdos no norte da Síria. As ONGs denunciam regularmente a erosão da liberdade de imprensa na Turquia, que ocupa o 149º lugar de 180 no ranking de liberdade de imprensa de 2022 publicado pela RSF. 

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan acusa o HDP, o terceiro grupo no Parlamento turco, de ser a "vitrine política" do PKK. Desde 2016, várias centenas de membros do HDP foram presos, incluindo seu carismático líder, Selahattin Demirtas.

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