Um passeio por monumentos de Olinda
Série sobre monumentos históricos segue com mais imagens localizadas na Cidade Patrimônio da Humanidade
A Folha de Pernambuco faz o segundo passeio por pontos importantes da Região Metropolitana do Recife, fiéis guardiões de obras de arte e monumentos cuja história nem sempre está explícita para você, que passa todos os dias por esses locais. Nesta segunda reportagem da série iniciada no domingo passado (9), visitamos os objetos de Olinda, Cidade Patrimônio da Humanidade.
Existe uma analogia segundo a qual se você adquire uma colher hoje, ela tem apenas o valor de mercado, é só um talher; mas, se você a enterra e ela é desenterrada daqui a dezenas, centenas ou milhares de anos, deixa de ser somente uma colher para ser história. Nesse sentido, Olinda, sobretudo seu Sítio Histórico, tornou-se um museu a céu aberto. Objetos antes apenas funcionais, como o farol, as bicas (Quatro Cantos, Rosário e São Pedro), a caixa d’água da Sé e o coreto da Praça da Abolição ganharam status de monumento histórico, tais quais as igrejas, o casario centenário, os sobrados mouriscos, o Conjunto da Maxambomba, o Fortim do Queijo e os mercados.
Olinda possui arte de rua espalhada por toda parte. São objetos que marcam e contam momentos históricos do município. Obeliscos, estátuas, bustos, esculturas e símbolos religiosos que às vezes sequer são notados como obra de arte pelas pessoas que cruzam com eles todos os dias indo e vindo da escola, de casa, do trabalho. Para quem não conhece, há dois objetos muito misteriosos: os obeliscos do bairro de Santa Tereza e da Sé. O primeiro representa o Marco Zero da cidade e o segundo comemora a passagem do planeta Vênus pelo Sol, em 1882. Outra escultura curiosa é a do jacaré na praça homônima, no Varadouro, datada do início do século 20.
No bairro do Carmo, as praças contam com várias estátuas. Na Praça do Carmo, duas delas, próximas à fonte, representam figuras romanas. Mais adiante, na direção dos Quatro Cantos, outra estátua, ao lado do coreto, faz alusão à assinatura da Lei Áurea.
Nessa linha da representação humana, encontramos, na Praça Monsenhor Fabrício, o busto do religioso que dá nome ao local. A religião também é o tema do cruzeiro localizado no adro do Convento Franciscano e que se encontra coberto devido à obra de requalificação do local.
Mais moderna, a escultura de um pescador no canteiro da PE-15, que marca a duplicação da via, em 1990, não tem a mesma sorte e se encontra coberta por mato. Em comum, diferentemente dos objetos funcionais que se tornaram monumentos ao longo da história, as obras possuem a carência de informação de quem passa por elas e deseja saber o que significam ou o motivo de estarem ali.
Abolição - Carmo
Representação da Lei Áurea, em comemoração à libertação dos escravos, em 13 de maio de 1888. Fica na Praça da Liberdade, mais conhecida como praça da Preguiça (por haver sido habitat desse animal), localizada no Parque do Carmo, na avenida Liberdade.
Cruzeiro - Cidade Alta
Do século 18, época da reforma do Convento Franciscano, na rua de São Francisco, integra o adro, que se encontra em processo de requalificação. A obra, sob responsabilidade do Ministério da Cultura/Iphan, teve início em 22 de fevereiro e está prevista para durar um ano.
Estátuas - Carmo
Figuras de ferro que representam romanos, localizadas na Praça do Carmo, na Avenida Sigismundo Gonçalves (PE-001).
Monsenhor Fabrício - Cidade Alta
O busto simboliza o Colégio Diocesano, que ocupou o edifício da sede da prefeitura, o Palácio dos Governadores, na Praça Monsenhor Fabrício, na Rua de São Bento.
Marco Zero - Santa Tereza
O obelisco foi inaugurado no dia 14 de abril de 1977. Fica na avenida Olinda, em frente ao Convento de Santa Tereza.
Jacaré - Varadouro
Escultura encomendada no início do século 20 está localizada na praça Barão do Rio Branco, na avenida Sigismundo Gonçalves (PE-001).
Pescador - Ouro Preto
Escultura localizada no canteiro da avenida Pan Nordestina (PE-15), marca a duplicação da rodovia, inaugurada em 31 de março de 1990.
Obelisco da Sé - Cidade Alta
Medindo um metro, lembra a passagem de Vênus pelo sol, fenômeno raro que foi observado de Olinda, em 1882. Fica na rua Bispo Coutinho, na Sé.