Um símbolo da meritocracia
Eu brinco que virei um símbolo no estado, alguém que mostra que qualquer professor pode chegar a gerente de uma regional.
Um bom exemplo dos efeitos proporcionados pela criação de um processo seletivo para a escolha dos gerentes regionais é a presença de Glaydson Alves à frente da Metropolitana Norte. Glaydson começou a dar aulas em um projeto de correção de fluxo na unidade escolar do então Presídio Aníbal Bruno. Ele também já havia sido gestor na rede municipal de Paulista, levando a Escola Municipal Governador Miguel Arraes de Alencar, no Janga, a se tornar referência no município e em Pernambuco. Após terminar um mestrado, o professor foi convidado para trabalhar como analista na GRE, por conta da sua experiência com educação prisional, quando soube da seleção. Acabou escolhido e hoje comanda o trabalho em 94 escolas de sete municípios, que atendem a cerca de 70 mil alunos.
“Eu brinco que virei um símbolo no estado, alguém que mostra que qualquer professor pode chegar a gerente de uma regional. É só ele se dedicar. Eu sou professor, não sou político, não tenho ligações com ninguém. Talvez hoje eu represente pra muitos que não acreditavam que é possível que esse processo de seleção aconteça sem qualquer influência política. Tenho certeza que na próxima seleção o número de professores inscritos será maior”, arrisca.
Mais que isso. Glaydson foi um estudante de escola pública que conseguiu entrar em uma universidade em uma época em que o acesso era “uma missão quase impossível’, como ele mesmo relembra. Acompanhou todas as conquistas dos últimos dez anos e, mesmo vivendo uma condição diferente da que tinha na infância, tem o filho cursando o 3º ano na Escola Técnica Estadual José Alencar Gomes da Silva, no Janga. “Hoje a gente tem uma escola mais atrativa. Eu poderia colocar meu filho numa escola particular, mas sei que a proposta da rede pública é bem interessante. A jornada é ampliada, os professores são os mesmos da rede privada e algumas delas têm um grau de organização que não devem nada ao ensino particular”.