Uma pequena amostra de quem é Cecília
Em “Sonhos”, os poemas expõem o forte reflexo simbolista da obra da escritora, que suaviza sua temática nos versos
“Outro dia sonhei que o coche fúnebre/ vinha buscar-me e eu não me achava preparada:/ não estava nem morta nem doente,/ e sentia que tinha que partir./ Então, disse para o cocheiro:/ ‘Espere um pouquinho,/ que estou acabando de ler este livro’./ E o cocheiro concordou e esperou./ Deve estar esperando”. Este é o poema “Outro dia sonhei que o coche fúnebre”, um dos que compõem “Sonhos”, de Cecília Meireles, que reúne poemas escritos entre 1950 e 1963, livro recentemente relançado pela Global Editora - uma oferta linda do que se pode ler em Cecília. A temática morte é uma das que permeiam fortemente a produção da escritora carioca - que, desde cedo, conviveu com o fim (ficou órfã de pai e mãe ainda na primeira infância e viúva aos 34 anos) -, juntamente com sentimentos afins: a finitude, a nostalgia, a frustração diante da vida. A cinco dias dos 115 anos de seu nascimento (e sete dos 52 de seu falecimento), vale lembrar Cecília. Aliás, sempre vale lembrar Cecília.
Em “Sonhos”, os poemas expõem o forte reflexo simbolista da obra da escritora, que suaviza sua temática nos versos
Arte na Usina > Na programação da 2ª edição do festival, a poetisa e compositora Alice Ruiz ministra oficina de Haikai, que vai familiarizar os participantes às técnicas da poesia mínima de origem japonesa. Dias 14 e 16 de novembro, gratuito.
“Filhos da América” > O novo livro da carioca Nélida Piñon trata de suas origens, influências literárias que marcam suas obras e inspirações que ganha de familiares e amigos para oferecer aos seus personagens. Pela editora Record; 400 páginas; R$ 59,90.