Valdemar afirma ter sido comunicado por Tarcísio sobre filiação ao PL: 'Ele vem antes das eleições'
Presidente do PL diz que legenda fará 'uma festa' para recepcionar o governador de São Paulo
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse neste domingo ao GLOBO que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, comunicou a sua decisão de sair do Republicanos e se filiar ao PL, partido de Jair Bolsonaro, o que ocorreria até julho. O movimento pode ter reflexo direto na disputa do próximo presidente da Câmara dos Deputados, em fevereiro do ano que vem, bem como na composição de palanques nas eleições municipais.
— Estive na semana passada, em um jantar com o (senador) Rogério Marinho e com o governador Tarcísio. Ele me disse que vem antes das eleições, acredito que até julho. O PL fará uma festa para recebê-lo — disse Valdemar.
O sinal verde de Tarcísio foi noticiado mais cedo pelo "Estadão" e confirmado pelo dirigente do PL. Procurado, o governador de São Paulo ainda não se manifestou.
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No atual partido de Tarcísio, o Republicanos, a saída já era dada como certa até mesmo pelo presidente da legenda, Marcos Pereira.
Pereira, que é tido como um dos principais nomes para a sucessão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), poderia aceitar a saída pacífica de Tarcísio do Republicanos antes mesmo da eleição municipal, sob a condição de que teria o apoio dos bolsonaristas em uma eventual candidatura à presidência da Casa.
O dirigente do Republicanos procura restabelecer diálogos com o ex-presidente Jair Bolsonaro como forma de se cacifar ao cargo e fez contato com interlocutores de Bolsonaro em fevereiro, após desavenças nos últimos anos.
Tarcísio já externou a vontade de ir para o partido de Bolsonaro até o final do ano. Após o ato na Avenida Paulista em que esteve ao lado do ex-presidente, se tornou ainda mais incômodo o fato de o Republicanos estar mais próximo do governo Lula e ter um ministério, o de Portos e Aeroportos. Com a inelegibilidade de Bolsonaro, Tarcísio é visto como uma das alternativas da direita para a disputa com o atual presidente.
Publicamente, o governador de São Paulo se esquiva sobre a possibilidade de troca partidária.