Crise alimentar

Vinte milhões de pessoas ameçadas de fome por seca no Chifre da África

Segundo a ONU e algumas áreas afetadas pela seca no Chifre da África sofrem os efeitos acumulativos dos conflitos, da pobreza e da praga de gafanhotos

Milhões de pessoas na Somália correm o risco de passar fome, sendo as crianças as mais vulneráveis ao agravamento da seca no problemático país do Chifre da África, alertaram agências da ONU em 12 de abril de 2022Milhões de pessoas na Somália correm o risco de passar fome, sendo as crianças as mais vulneráveis ao agravamento da seca no problemático país do Chifre da África, alertaram agências da ONU em 12 de abril de 2022 - Foto: Yasuyoshi Chiba / AFP

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas afirmou nesta terça-feira (19) que, este ano, pelo menos 20 milhões de pessoas enfrentam um risco de fome devido à seca crescente no Quênia, Somália e Etiópia.

Os muitos meses de seca no Chifre da África devastaram plantações e gado e forçaram muitas pessoas a deixar suas casas. 

Um mês após o início teórico da estação chuvosa, "o número de pessoas que passam fome devido à seca pode disparar da estimativa atual de 14 milhões para 20 milhões", disse o PMA em nota.

Seis milhões de somalis, ou seja, quase 40% da população, enfrenta níveis extremos de insegurança alimentar e, se a situação não melhorar, "um risco muito real de fome nos próximos meses", destaca o PMA.

No Quênia, 500 mil pessoas se encaminham para uma crise alimentar, especialmente nas comunidades do norte que vivem da pecuária.

Na Etiópia, onde a guerra durou 17 meses no norte, os índices de desnutrição no sul e sudeste superaram os níveis de emergência

Nesta terça-feira, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) destacou que algumas áreas afetadas pela seca no Chifre da África sofrem os efeitos acumulativos dos conflitos, da pobreza e da praga de gafanhotos.

"Devemos agir agora se quisermos evitar uma catástrofe humanitária", declarou Chimimba David Phiri, representante da FAO na União Africana, em uma reunião informativa em Genebra.

A situação também é agravada pelo conflito na Ucrânia, que contribuiu para o aumento dos preços dos alimentos e do combustível e afetou as cadeias de abastecimento, segundo o PMA.

A agência afirma que a falta de fundos nesta região do mundo poderia levar a uma catástrofe e pede um financiamento de 473 milhões de dólares nos próximos seis meses.  

Em fevereiro, uma arrecadação antiga conseguiu menos de 4% dos fundos necessários, indicou. 

A FAO carece de mais de 60% dos fundos necessários para ajudar as 1,5 milhão de pessoas que esta agência deseja apoiar nos três países. 

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