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Voto do Não

O conceito do Voto do Não que trazemos nesta edição é típico de eleições polarizadas como a que se vê na conjuntura atual, onde muita gente deixa de votar em quem gostaria apenas para não permitir que vença o candidato que rejeita.

O fim de semana será marcado por atos pró e contra ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro, um fenômeno de extrema-direita que ganhou visibilidade num País marcado pela corrupção. De um lado, mulheres que lideram o movimento #EleNão organizam, neste sábado, atos públicos em várias cidades do Brasil, e ainda na vizinha Argentina, nos Estados Unidos (Nova York e Washington) e na Europa (Paris, Londres, Berlin e Lisboa). Do outro, seus apoiadores, que prometem levar multidões às ruas, no domingo.

Bolsonaro se tornou um fenômeno que tem entre seus maiores simpatizantes jovens com menos de 35 anos. Eles correspondem a quase 60% de seu eleitorado, segundo dados do Observatório das Eleições, embora o candidato tenha crescido muito entre as camadas mais ricas, com predominância do voto masculino, porque entre as mulheres sua rejeição chega a 49%, segundo o instituto Datafolha.

Com a aproximação das eleições no dia 7 de outubro e o crescimento de Fernando Haddad, candidato do PT, percebe-se um acirramento preocupante, dividindo eleitores entre os que são contra Bolsonaro ou contra Haddad. Foi este tipo de situação que marcou a campanha presidencial passada, polarizada entre Aécio Neves e Dilma Rousseff, gerando uma onda crescente de intolerância que repercute até hoje em todo o País.

Intolerância é maior veneno para a democracia. Embora o voto aqui seja obrigatório, o brasileiro é livre para escolher seus governantes e precisamos não só preservar essa liberdade, como aceitar a decisão alheia, ainda que ela não esteja de acordo com a nossa.

O conceito do Voto do Não que trazemos nesta edição é típico de eleições polarizadas como a que se vê na conjuntura atual, onde muita gente deixa de votar em quem gostaria apenas para não permitir que vença o candidato que rejeita. Isso é muito ruim porque se impede que novos representantes, novas ideias, novos conceitos se revelem, tenham oportunidade. Que o quadro político nacional possa se renovar.

A menos que algum acontecimento inesperado seja capaz de desviar os rumos desta eleição, a polarização se dará entre PT e PSL como indicam todas as pesquisas de opinião divulgadas até agora.

Diante de um cenário tão acirrado, a governabilidade precisará ser garantida pelo eleito com base em sólidos apoios político e econômico, evitando que se repita o que se viu no governo Dilma, quando a presidente ficou incapaz de governar.

A edição deste fim de semana do caderno Panorama analisa como chegamos a situação polarizada atual e o que dá sustentação a ela. É uma leitura importante para que se tenha mais consciência das escolhas que faremos no domingo 7 de outubro.

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