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SAÚDE

VSR: EUA aprovam primeira injeção para proteger bebês saudáveis de bronquiolite infantil; entenda

Segundo Fiocruz, no Brasil, o vírus sincicial respiratório esteve presente em 47,2% dos casos de infecção respiratória que resultaram em internação de crianças de até 4 anos no mês de abril

O imunizante, chamada de Beyfortus, combate o vírus sincicial respiratório O imunizante, chamada de Beyfortus, combate o vírus sincicial respiratório  - Foto: Divulgação/Astrazeneca

A Food and Drug Administration (FDA), agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, de aprovou nesta segunda-feira um imunizante para proteger recém nascidos e crianças de até 2 anos vulneráveis contra o vírus sincicial respiratório, ou VSR, responsável pela bronquiolite infantil.

Feita com Beyfortus, um anticorpo monoclonal, ela é aplicada como injeção intramuscular. De acordo com o comunicado, a previsão do início de circulação é no outono americano, entre setembro e novembro.

A medida visa oferecer uma proteção maior contra a doença que acomete aproximadamente 1% a 3% das crianças com menos de 12 meses de idade no país, de acordo com a Academia Americana de Pediatria. Outra novidade é que a FDA também está considerando a aprovação de um imunizante contra o VSR pela Pfizer para mulheres grávidas, destinada a proteger bebês contra o vírus. A circulação deste vírus é sazonal, geralmente começando durante o outono e atingindo o pico no inverno. Sua transmissão é altamente infecciosa, sendo feita de pessoa para pessoa através do contato físico.

— O VSR pode causar doenças graves em bebês e algumas crianças e resulta em um grande número de atendimentos de emergência e consultórios médicos a cada ano. A aprovação de hoje atende à grande necessidade de produtos para ajudar a reduzir o impacto da doença por VSR em crianças, famílias e sistema de saúde — explica John Farley, funcionário do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA.

No Brasil
No Brasil, o VSR foi o principal responsável pelo aumento de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) entre crianças de até 4 anos de idade no mês de abril, segundo o boletim Infogripe da Fiocruz. Segundo o documento, o vírus esteve presente em 47,2% dos casos de infecção respiratória que resultaram em internação de crianças nessa faixa etária. Dados do último boletim mostram que em 16 das 27 unidades federativas apresentam crescimento de casos da síndrome.
 

O patógeno contribuiu para a "tripledemia" — aumento concomitante de casos de VSR, Covid e gripe — que ocorreu durante o inverno americano e lotou hospitais e UTIs pediátricas. O problema também foi observado no Brasil no mesmo período — entre novembro e janeiro, apesar de aqui estarmos na época de primavera/verão.

Imunizante também para adultos nos EUA
O potencial para atenuar os efeitos do RSV se estenderá aos adultos mais velhos: nos últimos meses, o FDA aprovou dois imunizantes contra o vírus para adultos com 60 anos ou mais. O vírus está ligado a 60.000 hospitalizações e até 10.000 mortes a cada ano em pessoas com 65 anos ou mais, de acordo com o CDC. A agência estimou que mais de 21.000 pessoas nessa faixa etária precisariam tomar o imunizante GSK para evitar uma morte por RSV em um ano; o número foi de quase 25.000 para a injeção da Pfizer.

Os conselheiros da agência que consideram a injeção de anticorpos para bebês votaram unanimemente em junho a favor da aprovação do tratamento para bebês. Mais de 3.200 bebês receberam a injeção em estudos que a Sanofi e a AstraZeneca submeteram ao FDA. Um estudo de seis meses descobriu que a eficácia contra RSV muito grave que exigia atenção médica era de 79%.

Porém, a agência foi mais cautelosa sobre um RSV injetado pela Pfizer destinado a mulheres grávidas. Em maio, um painel votou 10 a 4 que o imunizante era segura, um reflexo das preocupações sobre as taxas ligeiramente elevadas de partos prematuros entre as mães que receberam o imunizante, em comparação com aquelas que receberam um placebo.

Os estudos de um imunizante semelhante da GSK foram interrompidos depois que os pesquisadores detectaram um aumento nos nascimentos prematuros. A agência ainda não tomou uma decisão sobre o imunizante materno da Pfizer, chamada Abrysvo, embora uma porta-voz da empresa tenha dito que a aprovação foi antecipada para as próximas semanas.

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