Zelensky acena a Trump acordo por terras raras e minerais em troca de apoio na guerra
Em entrevista à agência de notícias Reuters, presidente ucraniano se mostrou disposto a negociar reservas com americanos, nas quais o mandatário mostrou interesse
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelesnky acenou ao presidente americano Donald Trump com um possível acordo envolvendo reservas de terras raras e minerais em troca de apoio na guerra com a Rússia. Na segunda-feira, Trump citou investimentos bilionários na guerra e o interesse nas reservas em fala a jornalistas na Casa Branca.
A declaração de Zelensky foi durante uma entrevista à agência de notícias Reuters, durante a qual ele exibiu um mapa com as principais reservas no território do país.
— Se estivermos falando de um acordo, vamos fazê-lo, somos a favor.
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As terras raras são um grupo de elementos considerados cruciais em indústrias como a aeroespacial e, no que parece interessar Trump, de alta tecnologia — a Ucrânia tem reservas consideráveis, e era uma das principais exportadoras europeias antes da guerra.
Além delas, o país tem, segundo estimativas, 500 mil toneladas não exploradas de lítio, um mineral usado em baterias de carros elétricos, telefones e computadores. Hoje, dos quatro principais depósitos já identificados em solo ucraniano, dois estão em áreas controladas pela Rússia.
Segundo especialistas, o controle de parte das reservas minerais ucranianas pode ter sido uma das motivações para a guerra de Putin. Zelensky diz que menos de 20% das reservas estão em territórios ocupados pela Rússia.
De acordo com a Reuters, a estratégia de Zelensky de se abrir a negociações pelas reservas vem desde o fim do ano passado, como forma de se fortalecer na disputa com os russos. Na mesma entrevista, ele garantiu que não estaria "dando" os recursos:
— Os americanos foram os que mais ajudaram e devem receber mais. Eles devem ter essa prioridade e a terão. Quero conversar com o presidente Trump sobre isso.
Zelensky diz ainda que a Ucrânia tem as maiores reservas de titânio em sua região noroeste, longe do foco dos conflitos, e que os Estados Unidos mostraram interesse adicional nos depósitos e sistemas de gás natural ucranianos, sobre os quais ele também está disposto a conversar.

