'A dona Michelle quis que um amigo dela fizesse a cirurgia', diz médico que operou Bolsonaro
'Só opino se for chamado novamente', afirmou Antônio Luiz Macedo, que acompanha quadro do ex-presidente desde a facada em 2018
A escolha pela equipe do cirugião Cláudio Birolini para a cirurgia de desobstruição intestinal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi motivada pelo fato de o médico ser próximo da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.
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A informação foi dada à CNN Brasil nesta segunda-feira pelo cirurgião-geral Antônio Luiz Macedo, que acompanha Bolsonaro desde 2018.
— A dona Michelle quis que um amigo dela fizesse a cirurgia. Eu poderia operar, como fiz nas cirurgias anteriores, mas é o direito dela — disse Macedo, que passou a monitorar a saúde do ex-presidente após a facada recebida pelo então candidato ao Planalto durante agenda no município de Juiz de Fora (MG), em 2018.
— Deixei o caso, agora tem outro médico e eu respeito. Só opino se for chamado novamente — completou Macedo, que chegou a acompanhar Bolsonaro a distância entre sexta e sábado, durante o atendimento em Natal, no Rio Grande do Norte, mas acabou preterido durante a transferência do ex-presidente para o Distrito Federal.
Bolsonaro foi submetido no domingo a uma cirurgia para desobstruir parte do intestino no hospital DF Star, em Brasília.
A intervenção de “grande porte” para descolar as chamadas “aderências” no órgão e reconstruir a parede abdominal durou cerca de 12 horas e foi concluída sem intercorrências, segundo a equipe médica responsável.
De acordo com a equipe chefiada por Birolini, o ex-presidente encontra-se internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.
Em nota, os médicos afirmaram que Bolsonaro apresenta boa evolução clinica, mantendo-se acordado, orientado, sem dor, sangramentos ou outras intercorrências.
O texto diz, ainda, que o ex-presidente chegou a sentar-se no leito e conseguiu ficar em pé e caminhar com apoio. Ainda não há previsão de alta da UTI.
O que causou a obstrução intestinal de Bolsonaro
Os profissionais acrescentaram que a obstrução intestinal era resultante de uma dobra do intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal e que foi desfeita durante o procedimento.
Bolsonaro foi encaminhado para a UTI e, segundo os médicos, está “estável clinicamente, sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, nutricional e prevenção de infecções”.
Bolsonaro passou mal na última sexta-feira, no Rio Grande do Norte, após sentir os efeitos da retenção intestinal, e foi transferido no dia seguinte para o Distrito Federal.
A operação começou pouco depois das 10h de domingo e terminou por volta das 21h. O problema de saúde do ex-presidente é uma sequela do ataque a faca contra ele há sete anos.