A “falecida” que virou prefeita
Em Calumbi, rivais da candidata eleita espalharam na cidade, durante a campanha, que ela havia morrido
Aos 52 anos, Sandra Magalhães, que ganhou o codinome de “Sandra da Farmácia”, por ser proprietária de um estabelecimento do segmento, enfrentou problemas de saúde ao longo dos 45 dias de campanha e teve que implantar, em caráter emergencial, três pontes de safena. A cirurgia foi feita num hospital do Recife, mas como ela demorou a regressar, por recomendação médica, o grupo do prefeito Erivaldo José da Silva (PSB), conhecido como Joelson, infernizou a cabeça do eleitorado com a notícia de que ela morrera.
Em meio às especulações sobre o seu estado de saúde, Sandra teve que gravar um vídeo, ainda em recuperação, na UTI, para ser mostrado nos comícios que havia se submetido à cirurgia de forma bem-sucedida e logo voltaria para continuar sua campanha. Na chegada, faltando 15 dias para o pleito, seus aliados organizaram uma carreata para recebê-la na cidade com uma grande festa. “Fiz uma campanha na reta final muito discreta e temerosa, indo, inclusive, para o comício de encerramento”, lembra a petista.
Na contagem final, Sandra obteve 2.829 votos contra 2.231 (43,32%) da candidata da situação, correspondente a 54.93% dos votos válidos. Arnaldo Moura, do PRB, teve apenas 90 votos. Brancos somaram 81 e 271 eleitores optaram por anular o voto. A abstenção, que geralmente é muito alta, se manteve em 19,8%.

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