Política

Agora, depende mais do PT do que do PSB

"A unidade do PSB foi estabelecida", assegura um interlocutor do Campo das Princesas

Cúpula do PSB já estendeu a mão para PT segurarCúpula do PSB já estendeu a mão para PT segurar - Foto: Divulgação

No PSB, a unidade interna foi construída. Passado o Congresso Nacional da legenda, através do qual o presidente nacional, Carlos Siqueira, foi reconduzido, a atenção dos socialistas já pode se virar com mais ênfase para construção da aliança com o PT. "O importante foi o resultado do Congresso", realça um membro da sigla que prefere não se identificar. Em outras palavras, Siqueira é um presidente alinhado com o grupo do governador Paulo Câmara e simpático a uma aliança com o grupo de centro-esquerda. Antes de ele ser reeleito, prevalecia uma sensível cautela com assuntos referentes ao pleito de outubro. A lógica era não gerar arestas capazes de botar em atrito as diferentes correntes do PSB. Isso poderia contaminar a reeleição de Siqueira. Agora, superada esta etapa, um interlocutor do Palácio das Princesas, assegura: "A unidade do PSB foi estabelecida". Não à toa, o presidente estadual da sigla, Sileno Guedes, em entrevista à Folha de Pernambuco, ontem, defendeu que o PT e PSB voltem a "caminhar juntos". Sileno, que vinha sem dar um pio sobre o assunto, avaliou que esse "reencontro assegurará espaços políticos importantes e protagonismo". Recorreu a Miguel Arraes para dar a seguinte senha: "É preciso focar o que une e relativizar as divergências". Leia-se: Sileno deu a mão para o PT segurar. O dirigente estadual o fez na véspera de petistas irem à mesa, com o ex-presidente Lula e com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Lideranças pernambucanas do PT ouvirão a palavra do líder-mor, hoje, que pode ser determinante nesse cronograma que PT e PSB vem cumprindo rumo a uma reaproximação. Agora, depende mais do PT do que do PSB.

Um tanto acanhado
Ainda há petistas em Pernambuco estranhando que, nacionalmente, o PSB não tenha feito acenos suficientes. Há quem grife que o partido, por exemplo, não chegou a assinar o manifesto da centro-esquerda. "Participaram da elaboração, mas não assinaram por problemas internos", observa um integrante do PT.

Controvérsias - Por outro lado, pondera-se, nas coxias do PT, que o PSB estava "à beira de um congresso, tinha que chegar unificado". O mesmo petista considera: "A gente até entende". Mas sublinha um tópico: "Basta dizer que vai ter um debate no fórum social mundial com as quatro fundações que assinaram (o manifesto): PT, PCdoB, PSOL e PDT".

O baile todo - Com Lula em São Paulo, hoje, devem estar o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, a deputada Teresa Leitão, os ex-prefeitos João Paulo e João da Costa, o senador Humberto Costa, a vereadora Marília Arraes e o presidente da CUT, Carlos Veras.

Alerta - Na Câmara Federal, a candidatura presidencial de Rodrigo Maia já gera uma apreensão entre deputados. Parlamentares temem que a pauta da Casa acabe comprometida. Advertem que as decisões tendem a ficar nas mãos de Fábio Ramalho, porque Maia deve se concentrar no projeto presidencial. "Vai haver dificuldade", adverte um parlamentar em reserva.

Placas Tectônicas - Após o juiz Ailton Alfredo de Souza, titular da 27ª Vara Cível, autorizar ontem o prosseguimento do processo de dissolução do PMDB-PE, revogando decisão anterior, do juiz Otoniel Ferreira dos Santos, que suspendia o trâmite, os dois lados envolvidos na disputa já dizem ter expectativa de nova decisão nos próximos dias.

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