ELEIÇÕES 2022

Ameaças de Bolsonaro e polarização com Lula aumentam interesse de Embaixadas no Brasil

De forma geral, os governos de origem das embaixadas instaladas em Brasília encomendam cenários sobre como ficará o Brasil após as eleições

Lula e BolsonaroLula e Bolsonaro - Foto: Agência Brasil/Marcus Corrêa/Reprodução

As atenções das delegações estrangeiras estão redobradas quanto à disputa presidencial brasileira, devido às ameaças do presidente Jair Bolsonaro e apoiadores às instituições democráticas e ao sistema eleitoral. A avaliação é que as chances de Bolsonaro se reeleger são pequenas, mas existem. O Globo ouviu diplomatas de vários países, que monitoram o passo a passo da campanha eleitoral deste ano. Eles pediram para não ser identificados.

Uma fonte de uma grande e influente nação disse que o último relatório da Human Rights Watch (HRW), divulgado há algumas semanas, tornou esse monitoramento ainda mais importante. De acordo com a HRW, Bolsonaro ameaçou os pilares da democracia brasileira diversas vezes em 2021. A ONG internacional destacou atitudes como a tentativa de descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro, a ameaça à liberdade de expressão e à independência do Judiciário.

Outro dado que reforça esse monitoramento foi divulgado na última quinta-feira. A revista britânica The Economist informou que o Brasil teve uma piora de pontuação no ranking anual que produz sobre a democracia nos países do mundo.

Em um parágrafo específico sobre o país, o veículo destacou que Bolsonaro exigiu a renúncia de dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) após a investigação de bolsonaristas no inquérito das fake news; questionou a integridade do sistema eletrônico de votação, apesar de não haver nenhuma evidência de fraude; e chegou a dizer, mas depois recuou, que iria ignorar os resultados das eleições em caso de derrota.
 

De forma geral, os governos de origem das embaixadas instaladas em Brasília encomendam cenários sobre como ficará o Brasil após as eleições. Os pedidos mais comuns são o que acontecerá com o país se Bolsonaro se reeleger; se Lula ganhar; ou se um candidato de uma terceira via vencer a eleição.

Segundo um embaixador, nunca uma eleição no Brasil será tão chamativa para cidadãos de outros países como a deste ano, devido à polarização entre Bolsonaro e Lula: dois políticos que defendem ideologias, valores e planos de governo tão distintos.

As nações europeias, sobretudo, estarão de olho no que vão propor os candidatos na área de clima e meio ambiente. Acordos comerciais, não importa com qual governo, vão depender do que será feito para reduzir o desmatamento.

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