Assume sob o ônus de dar explicação
Gioia foi superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro
Na definição de um auxiliar do governador Paulo Câmara, o cargo de titular da Secretaria de Defesa Social equivale à "cadeira elétrica". Em outras palavras, tem prazo de validade pelo potencial de desgastar quem está no comando. A corda já vinha esticada, há algum tempo, entre a corporação e o secretário, que vagou a pasta ontem: Alessandro Carvalho. Ele é tido, nos bastidores, como detentor de "um estilo muito militar" e que acabou "perdendo um pouco o diálogo" com as categorias. Levou seis anos à frente da pasta, sendo quatro com Eduardo Campos. Houve uma gota d’água para que a decisão se desse ainda em meio a um processo eleitoral, mesmo que, agora, reduzido a quatro cidades do Estado? Uma fonte palaciana, em reserva, devolve: "Não. Acho que é o estilo de Paulo. Toda vez que se diz que alguém vai cair, não cai". Nos últimos meses, episódios que botaram a SDS em xeque foram se acumulando, além da piora nos índices do Pacto pela Vida. O substituto, Angelo Fernandes Gioia, antes mesmo de dar a primeira coletiva, marcada para hoje, às 13h, emitiu nota, ainda ontem, se explicando. Em política, diz a máxima, nada que tem que se explicar é bom. Gioia, ao fim do texto informa: "Foram abertos processos contra mim e de todos fui absolvido, inclusive com decisões de segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região". Nos corredores do Campo das Princesas, Gioia é caracterizado como um "três em um". Detalha um secretário: "Ele foi PQD, paraquedista da força de elite da Aeronáutica. Saberia lidar com a Polícia Militar, esteve na caverna. Foi 20 anos delegado de Polícia Federal, é alguém da inteligência que investiga e, por fim, foi adido policial em Roma, circulou pela diplomacia". Na leitura de governistas, cientes de que o cenário da Segurança tem sido um calo para a administração, o perfil de Gioia fala para as polícias Civil, Militar e sociedade. A conferir.