Auxiliares creem que Lula deve atuar de forma pragmática para manter relação bilateral com Argentina
Aliados também acreditam que o processo de entrada do país vizinho nos Brics será paralisado
Auxiliares de Luiz Inácio Lula da Silva acreditam que o presidente brasileiro atuará de forma pragmática para manter a relação com a Argentina sob o comando de Javier Milei, eleito nesse domingo (19).
A linha de atuação do governo daqui por diante pôde ser vista na postagem feita por Lula logo após Sergio Massa reconhecer a derrota na noite deste domingo.
“Desejo boa sorte e êxito ao novo governo. A Argentina é um grande país e merece todo o nosso respeito. O Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos”, postou Lula no X, ex-Twitter.
A avaliação no Palácio do Planalto é que a eleição de Milei terá mais impacto no futuro do Mercosul e da Unasul, já que o novo presidente argentino se coloca contra esses organismos. Auxiliares de Lula também acreditam que o processo de entrada da Argentina nos Brics, aprovada na última cúpula do bloco em agosto, também será paralisado.
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Integrantes do governo afirmam de modo reservado que o clima é de "frustração" com o resultado das eleições. O sentimento é que Javier Milei vai manter um discurso agressivo contra o PT. Contudo, o novo presidente argentino também deve recorrer ao pragmatismo e deixar as relações comerciais entre os dois países fluírem normalmente, porque há interesses em comum.
Em relação à preocupação com o futuro do Mercosul, a diplomacia brasileira deve concentrar esforços para acelerar o acordo entre o bloco comercial e a União Europeia. Isso poderia ser atrativo para o novo governo de Milei, segundo um integrante da equipe econômica do governo.
Outra preocupação do governo brasileiro é com o resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos, diante do fortalecimento da candidatura do ex-presidente Donald Trump. Caso Trump saia vitorioso, Milei deve radicalizar o discurso e a postura, segundo um governista, impulsionado candidatos da direita em todo o mundo.
Apesar da torcida para o candidato argentino Sergio Massa, outro integrante do governo brasileiro admite que "só por um milagre" ele venceria Milei, diante da situação em que se encontra o país, com inflação beirando a 150%.
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