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Barroso pede que PGR se manifeste sobre denúncia de racismo contra Gustavo Gayer

Deputado se tornou alvo de uma notícia-crime no STF após entrevista em que falou sobre a capacidade cognitiva da população da África

Os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, durante sessão do STFOs ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, durante sessão do STF - Foto: Nelson Jr./STF/20-04-2023

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso remeteu à Procuradoria-Geral da República uma notícia crime contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). O parlamentar bolsonarista se tornou requerido no STF após proferir uma fala considerada racista em entrevista a um podcast.

"Concedo vista dos autos à Procuradoria-Geral da República para manifestação.Com o parecer, encaminhem-se os autos à eminente relatora", determinou Barroso nesta quarta-feira. A relatora do caso é a ministra Cármen Lúcia.

A fala de Gayer ganhou projeção nacional após sua colega de Casa, a deputada Duda Salabert (PDT-MG), acionar o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra ele. Além do procedimento interno, Duda e outras cinco parlamentares (Camila Jara, Dandara, Reginete Bispo, Carol Dartora e Tabata Amaral) são as responsáveis pela notícia-crime.

O episódio do podcast começou com o apresentador comparando o QI da população do continente com macacos: "O QI na África é de 72. Não dá para a gente esperar alguma coisa da nossa população".

Gayer concordou e entoou a fala que tinha como intuito criticar o presidente Lula (PT):

"O Brasil está emburrecido. Aí você pega e dá um título de eleitor para um monte de gente emburrecida. Aí você vai ver na África: quase todos os países são ditaduras. Quase tudo lá é ditadura. Democracia não prospera na África. Por quê? Para você ter democracia, é preciso ter o mínimo de capacidade cognitiva para entender o bom e o ruim, o certo e o errado. Tentaram fazer democracia na África várias vezes. O que acontece? Um ditador toma tudo e o povo. O Brasil está desse jeito. O Lula chegou à presidência e o povo burro: "êeee, picanha, cerveja!"."

A repercussão chegou ao ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida que afirmou ter enviado o vídeo ao Ministério da Justiça, a Polícia Federal, a Câmara dos Deputados e a Procuradoria Geral da República. "A imunidade parlamentar não é escudo para quem pratica crimes", disse Almeida.

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