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BRASIL/ARGENTINA

Bolsonaro ameniza tom ao falar da Argentina e diz querer conversa a sós com Fernández

De país que Bolsonaro incluía no rol de comunistas desde a eleição de Fernández, a Argentina voltou a ser chamada de 'querida' pelo presidente

BolsonaroBolsonaro - Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudou o tom com o qual geralmente se refere à Argentina e, em sua live desta quinta-feira (4), disse querer uma reunião a sós com o presidente Alberto Fernández no fim do mês, quando vai ao país vizinho para encontro pelos 30 anos do Mercosul.

De país que Bolsonaro incluía no rol de comunistas desde a eleição de Fernández e rotineiramente usava como exemplo negativo em conversas com apoiadores, a Argentina voltou a ser chamada de "querida" pelo mandatário brasileiro.

"Eu vou estar agora, está previsto, dia 26 de março, estar em Buenos Aires. Nossa querida Argentina. Estaremos lá celebrando 30 anos da criação do Mercosul", disse Bolsonaro.

O presidente chegou a dizer que o encontro do bloco, que inclui ainda Paraguai e Uruguai, aconteceria no Brasil, mas a presidência pro tempore é da Argentina.

O presidente brasileiro afirmou que a pandemia de Covid-19 trouxe dificuldades econômicas para todo o mundo e que torce para que a Argentina tenha sucesso nas negociações com FMI (Fundo Monetário Internacional), pois "a situação financeira da Argentina está bastante complicada".

"O êxito econômico de países aqui da América do Sul, entre eles a Argentina, é interessante para todos nós da América do Sul. O Brasil, obviamente, é um dos grandes interessados."

Bolsonaro lembrou que este será o primeiro encontro que terá com seu homólogo e disse que, caso Fernández tenha interesse, quer ter com ele "uma conversa reservada, nós dois num canto".

Em 2019, o presidente chegou a lamentar a eleição do argentino.

"Eu não tenho bola de cristal, mas eu acho que a Argentina escolheu mal", afirmou durante viagem aos Emirados Árabes.

Bolsonaro disse que pretende tratar com o presidente da Argentina sobre a compra de gás.

Em fevereiro, o secretário de Assuntos Especiais da Presidência da República, almirante Flávio Rocha, esteve no país vizinho. Ele tem feito atividades diplomáticas em países que, por questões ideológicas, o ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores), tem dificuldades.

Na live, Bolsonaro elogiou o chanceler.

"Ao contrário do que a imprensa fala, ele é muito bem relacionado com todos os países do mundo", disse o presidente brasileiro.

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