Política

Bolsonaro diz que Itália pode contar com ele para extradição de Battisti

A troca de mensagens acontece logo após a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux, que determinou na quinta-feira (13) a prisão do italiano Cesare Battisti.

Presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL)Presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, agradeceu em suas redes sociais o vice-primeiro ministro da Itália Matteo Salvini. Bolsonaro disse que a Itália pode contar com ele para a extradição de Cesare Battisti.

Bolsonaro respondeu no Twitter declaração de Salvini na qual ele critica o fato de um condenado poder aproveitar as praias do Brasil e pede a ajuda do presidente eleito para a extradição de Battisti.

"Obrigado pela consideração de sempre, Senhor Ministro do Interior da Itália. Que tudo seja normalizado brevemente no caso deste terrorista assassino defendido pelos companheiros de ideais brasileiros! Conte conosco!", escreveu Bolsonaro.
O futuro presidente fez duas postagens: uma em italiano e outra em português. Desde a campanha, ele prometia extraditar Battisti se fosse eleito.

A troca de mensagens acontece logo após a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux, que determinou na quinta-feira (13) a prisão do italiano Cesare Battisti. Além de ter decidido pela prisão imediata de Battisti, Fux determinou comunicação à Interpol, representada no Brasil pela PF, para o cumprimento da ordem.

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A prisão abre caminho para a extradição do ex-ativista pelo atual presidente da República, Michel Temer (MDB), ou por Bolsonaro.

O plenário do Supremo havia deliberado pela possibilidade de ele ser extraditado, como queria a Itália, mas deixou a palavra final para o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que impediu que Cesare Battisti voltasse à Itália.

Battisti estava livre para circular no território nacional. Na década de 1980, ele fugiu da Itália para o México, depois exilou-se na França e, em 2004, chegou ao Brasil.
O advogado Igor Tamasauskas, que defende Cesar Battisti, disse nesta sexta-feira (14) que não consegue contato com o cliente desde a noite da quinta-feira (13), quando foi a decisão do STF foi divulgada.

Segundo Magno de Carvalho, dirigente sindical amigo de Cesare, o italiano disse na semana passada que viajaria ao Rio de Janeiro. "Na última vez que falei com ele, ele iria ao Rio falar com o editor do livro que ele está escrevendo", afirmou à reportagem nesta sexta.

Há cerca de seis meses, de acordo com o sindicalista, Battisti mora em Cananeia, no litoral sul paulista, em uma casa construída por ele "a duras penas". Antes disso, morou por muito tempo em um imóvel emprestado por Carvalho, na região central da cidade.

Em Cananéia, não há movimentação na casa nova de Battisti, nem em sua casa antiga. Também não há sinal de viaturas ou agentes da Polícia Federal. Vizinhos afirmam que a última vez que viram o italiano foi em novembro. A reportagem esteve no local e constatou, da janela principal da casa nova, sem cortinas, 14 livros empilhados na sala e um veículo Chevrolet Prisma, prateado, estacionado na garagem.

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