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Política

Bolsonaro interrompe desfile militar e faz gesto de apoio a Moro

Em um gesto de apoio público, ele chamou o ministro da Justiça, Sergio Moro, e desfilou abraçado a ele pela Esplanada dos Ministérios

Presidente Jair Bolsonaro e Sergio MoroPresidente Jair Bolsonaro e Sergio Moro - Foto: Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro quebrou o protocolo neste sábado (7) e interrompeu a parada de Sete de Setembro. Em um gesto de apoio público, ele chamou o ministro da Justiça, Sergio Moro, e desfilou abraçado a ele pela Esplanada dos Ministérios.

O aceno ocorreu após uma semana de constrangimentos entre ambos. Em café da manhã com a Folha, Bolsonaro sinalizou a troca do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, o que seria mais uma ingerência do presidente na pasta.

A descida do presidente do camarote de autoridades não era prevista e pegou de surpresa o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), que teve de organizar um esquema de segurança de última hora.

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O presidente desceu inicialmente sozinho. Depois, acenou para que Moro o acompanhasse. Além dele, caminharam ao lado de Bolsonaro os ministros Augusto Heleno (GSI) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil).

Os empresários Silvio Santos (SBT), Edir Macedo (Record) e Marcelo de Carvalho (RedeTV), que acompanharam a parada na tribuna de autoridades, preferiram não participar da caminhada do presidente.

Na tentativa de demonstrar que conta com apoio público, no momento em que a rejeição ao seu governo enfrenta uma queda, Bolsonaro cumprimentou simpatizantes à sua administração e brincou de reger a orquestra dos Dragões da Independência.

Mais tarde, em um novo aceno, o presidente vestiu um boné da PRF (Polícia Rodoviária Federal) durante a passagem do grupamento motorizado e aplaudiu o contingente da Polícia Federal.

No último mês, a popularidade de Bolsonaro enfrentou uma erosão. A mais recente pesquisa Datafolha mostrou o aumento de 33% para 38% na reprovação de sua gestão de julho a agosto, com perda de apoio entre os mais ricos e os mais escolarizados.

Para a cerimônia deste ano, ele liberou mais recursos do que seu antecessor, Michel Temer, e convidou religiosos, empresários e militares simpáticos ao seu governo.

A área reservada a autoridades foi reforçada pelos apoiadores do presidente.

Além dos empresários da comunicação, foram convidados pelo Palácio do Planalto estavam presentes Luciano Hang, da Havan, o núncio apostólico no Brasil, dom Giovanni D'Anielo, e o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley.

Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, não compareceram. Maia viajou para o Catar e Toffoli, para a Inglaterra.

Neste ano, a segurança foi reforçada. Havia barreiras impedindo o acesso de pessoas sem convites ao prédio do Ministério da Defesa.

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