Bolsonaro reage bem à nova dieta e reduz alimentação por veias
De acordo com boletim médico divulgado na manhã deste domingo o organismo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) reagiu bem à introdução de uma dieta cremosa. Os médicos deixaram o quarto surpreendidos positivamente com o quadro do presidente
O organismo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) reagiu bem à introdução da dieta cremosa (com papinhas e sopas mais espessas) na noite de sábado (14), conforme boletim médico divulgado na manhã deste domingo (15).
Segundo o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, os médicos saíram do quarto do presidente nesta manhã "vivamente impressionados" com o quadro de evolução de Bolsonaro. À tarde, o presidente deve passar por nova avaliação e pode fazer ainda neste domingo (15) a transição de dieta cremosa para a pastosa (como purês). "Estamos bastante satisfeitos", diz Rêgo Barros.
Leia também:
Bolsonaro queria ir a jogo do Palmeiras, mas leva 'puxão de orelha' de médico
Mourão diz que Bolsonaro tem 'perfeitas condições' de comparecer à ONU
Bolsonaro faz live relâmpago em hospital, embora ainda com a sonda. Reprodução Bolsonaro está de trajes de pijama hospitalar e sentado diante de uma mesa de seu quarto no hospital. A sonda sai pelo seu nariz e ele gesticula.
Passando de uma dieta para a outra e retirando a alimentação parenteral endovenosa (pelas veias), que está em processo gradual de redução, Bolsonaro estará apto a receber alta. A equipe evita prever uma data, mas a estimativa é que ela ocorra até terça-feira (17).
O presidente também tem caminhado com frequência nos corredores do hospital, o que corrobora o quadro de evolução.
No sábado (14), Bolsonaro jantou uma sopa de mandioquinha de 200 ml, após avaliação de que seu organismo estava pronto para iniciar a dieta cremosa.
Até então, Bolsonaro era alimentado apenas por nutrição pelas veias e a dieta líquida (chá, gelatina e caldo ralo). Na sexta-feira (13), os médicos retiraram a sonda nasogástrica do presidente, que ficava conectada ao seu nariz e ia até o estômago. O tubo, que tinha sido colocado na terça (10), tinha a função de ajudar na saída da grande quantidade de ar que se acumulou no estômago e no intestino do paciente.
Bolsonaro está internado no Hospital Vila Nova Star, na região sul de São Paulo, onde foi submetido no último domingo (8) à quarta cirurgia desde que sofreu uma facada durante um ato de campanha em setembro de 2018.
O presidente está acompanhado da mulher, Michele, do filho Carlos e de assessores próximos.
Segundo o porta-voz, Bolsonaro não tem conversado com ministros. No sábado (14), o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles passou pelo hospital, como já havia feito na sexta e no dia da cirurgia, mas "não esteve com o presidente", segundo o porta-voz. A passagem do ministro durou menos de 15 minutos.
Ainda de acordo com os médicos, o paciente está sem febre e sem dor e dá sinais de melhora dos movimentos intestinais. Bolsonaro também faz sessões de fisioterapia respiratória e motora, que incluem as caminhadas no corredor do hospital.
O presidente ficará fora do cargo mais tempo do que previa, atendendo a orientações médicas. A previsão inicial era que ele reassumisse a cadeira na sexta-feira, mas a equipe sugeriu período mais longo de descanso. O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) ocupa o posto até terça.
Segundo a Presidência, Bolsonaro estará restabelecido a tempo de discursar na Assembleia Geral da ONU, em 24 de setembro, daqui a dez dias, em Nova York. Neste domingo, o general Rêgo Barros informou que a equipe médica deve avaliar o presidente novamente às vésperas da viagem.
No último domingo (8), os médicos corrigiram uma hérnia que surgiu na região do abdômen em decorrência das múltiplas incisões feitas no local nos últimos meses. A operação durou cinco horas e foi considerada bem-sucedida.
Logo após a cirurgia, Bolsonaro vestiu uma cinta elástica para pressionar o abdômen operado e ajudar no processo de recuperação.
O surgimento da chamada hérnia incisional já era esperado pelos médicos que atendem o presidente, em razão da série de intervenções feitas na região da barriga do paciente para tratar os danos provocados pelo ataque.
O então presidenciável foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira em 6 de setembro de 2018. O autor do crime está preso desde então.
A hérnia ocorreu porque, em virtude do enfraquecimento da parede muscular do abdômen, uma parte do intestino passou por uma cavidade desse tecido. As sucessivas incisões (cortes) na barriga fragilizaram o músculo, o que fez com que a porção do órgão e uma camada de gordura rompessem a membrana, criando uma saliência sob a pele.