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Bolsonaro sugere que Justiça 'começa a agir como partido político' ao citar falta a depoimento na PF

Presidente evita ataques diretos a Moraes, relator no STF do caso que investiga vazamento de inquérito sobre ataque hacker ao TSE durante live

Jair BolsonaroJair Bolsonaro - Foto: José Cruz/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro sugeriu nesta segunda-feira 931), após participar de evento no Porto do Açu, no Norte Fluminense, que a tentativa do Supremo Tribunal Federal (STF) de intimá-lo a prestar depoimento à Polícia Federal (PF) indica que a Justiça "começa a agir como partido político".

Bolsonaro, contudo, evitou fazer ataques diretos ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, tampouco comentou sobre os motivos que o levaram a faltar ao depoimento, marcado para a última sexta-feira.

Questionado sobre o assunto após o lançamento da pedra fundamental da segunda usina termelétrica do Porto do Açu, em São João da Barra, Bolsonaro disse aos jornalistas que "perguntem ao advogado-geral da União, Bruno Bianco". Mas alfinetou a conduta do STF e negou que o inquérito divulgado em sua live, sobre um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fosse sigiloso. Moraes havia determinado a tomada de depoimento de Bolsonaro para esclarecer as circunstâncias da divulgação deste inquérito por parte do presidente.

— Aquele inquérito que eu revelei na minha live não era sigiloso. Transformou-se em sigiloso depois da live. Eu não vou entrar nesse cipoal. Temos que acreditar na Justiça. Agora, quando a Justiça começa a se comportar como partido político... entreguei na mão da AGU — disse Bolsonaro.

Durante o evento no Porto do Açu, Bolsonaro também fez diversas referências a denúncias de corrupção em governos do PT, partido do ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas eleitorais para 2022. Bolsonaro repetiu uma cifra, apontada em 2017 em relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), de que desvios e má gestão na Petrobras entre 2003 e 2015 teriam totalizado prejuízos na ordem de US$ 15 bilhões à empresa.

Pela manhã, ao visitar obras no Polo GasLub (antigo Comperj) em Itaboraí, na Região Metropolitana, Bolsonaro chegou a chamar Lula de "ladrão" ao citar os desvios na Petrobras. No local, Bolsonaro também exortou seus ministros a "explicarem" à população que a alta de preços nos combustíveis no atual governo deve ser creditada a casos corrupção e erros de gestão em governos petistas.

A comitiva de Bolsonaro foi acompanhada por deputados e lideranças locais, entre as quais o ex-governador Anthony Garotinho, que tem reduto eleitoral em Campos dos Goytacazes, município vizinho a São João da Barra. Garotinho foi considerado inelegível pela Lei da Ficha Limpa, em 2018, por ter sido condenado em ações que envolveram compra de votos e desvios de recursos públicos.

O atual prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PSD), filho do ex-governador, sentou-se na primeira fila de autoridades no palco do evento, ao lado do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que chegou a ser alvo de denúncia do Ministério Público do Rio por peculato no caso das "rachadinhas" em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa (Alerj). Wladimir foi um dos que discursou antes de Bolsonaro, assim como sua irmã, a deputada federal Clarissa Garotinjo (PROS-RJ).

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