Política

Ciro evita comentar aliança com PSB após desistência de Barbosa

Ciro discursou em reunião da Frente Nacional de Prefeitos, em Niterói (RJ), no início da tarde desta terça. Dirigindo a palavra sempre olhando a plateia, sem um discurso escrito, o pré-candidato voltou a defender a redução do gasto público com juros da dí

Ciro Gomes (PDT)Ciro Gomes (PDT) - Foto: Mauro Pimentel / AFP

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, lamentou nesta terça-feira (8) a desistência de Joaquim Barbosa de disputar a eleição presidencial pelo PSB este ano. Segundo ele, a presença do ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) seria importante para o debate eleitoral.

Questionado se a desistência favoreceria o bloco de esquerda ou de direita, Ciro disse não saber responder. Segundo ele, Barbosa representa a ética e por isso é identificado com a população brasileira.
"Ele passou dois anos no horário nobre na TV [durante o julgamento do mensalão, em 2012], mas não tinha se posicionado ainda sobre economia e desenvolvimento", disse. 

Há a expectativa de uma aproximação do PDT com o PSB após a desistência de Barbosa. Ciro evitou dizer se procurará o PSB para uma aliança. "O PSB deve ser reconhecido como o partido de grande tradição", limitou-se a dizer.

Ciro discursou em reunião da Frente Nacional de Prefeitos, em Niterói (RJ), no início da tarde desta terça. Dirigindo a palavra sempre olhando a plateia, sem um discurso escrito, o pré-candidato voltou a defender a redução do gasto público com juros da dívida pública e a criação de um acordo entre iniciativa privada e governo para gerar desenvolvimento econômico.

Para ele, que já foi prefeito de Fortaleza (CE), a iniciativa privada por si só não é suficiente para gerar desenvolvimento econômico.

O candidato defendeu a reindustrialização do país, com a recriação de polos de produção de petróleo e também com um polo de produção de produtos para o setor de saúde, que seria incentivado com compras governamentais. "Crescimento não é o mesmo que desenvolvimento. Precisamos restabelecer a virtude do planejamento no país", disse ele, direcionando sempre o foco do discurso para a economia, com severas críticas à condução da política macroeconômica.

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O pré-candidato afirmou que utilizará de plebiscitos e referendos para consultar a população sobre temas sensíveis ao mandato, como a reforma da Previdência e tributária. "A grande questão é que o Brasil, dos anos 80 pra cá, tem crescido a pífios 2% ao ano. Em 1980 um terço da produção nacional vinha da indústria. Hoje, apenas 11% vem desse setor, um dos maiores colapsos já registrados no mundo", criticou o candidato. "Apenas cinco bancos no Brasil concentram 83% de todas as transações no país: ou seja, cinco bancos concentram quase todo o crédito nacional", acrescentou.

O candidato defendeu um maior acesso ao crédito, chamando a atenção para a alta inadimplência verificada hoje. "Cerca de 60 milhões de brasileiros estão negativados no SPC. É um erro crasso na condução da política econômica", afirmou.

Para Ciro, o Brasil precisa celebrar um projeto nacional de desenvolvimento: "Há soluções, mas elas serão doídas. Precisamos sair dos 2% de crescimento do PIB para algo em torno dos 5%." O pedetista afirmou ainda que não existe política nacional de comércio exterior consistente e chamou o crescimento da dívida pública de prostração neoliberal: "A dívida pública explodiu de 30% para 78% da arrecadação!" 

Em outro momento do discurso, ele criticou a distribuição de renda no país: "O Brasil é uma das economias mais desiguais do mundo: 5 brasileiros somam a fortuna dos 100 milhões de brasileiros mais pobres. A discussão não pode ficar restrita a grupos de interesse, a grupos de egoísmo até. O Brasil não cabe nessa miudice entre coxinhas e mortadelas. É muito maior, mais complexo do que isso."

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